Trump volta a ser acusado por interferência na eleição de 2020
Donald Trump voltou a ser acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA por causa de supostas ações para tentar anular e interferir na eleição presidencial de 2020, na qual ele foi derrotado por Joe Biden.
A iniciativa, apresentada nesta terça-feira (27), ocorre depois de uma decisão da Suprema Corte que, no mês passado, indicou que Trump se beneficia de imunidade para atos oficiais. A decisão vale para todos os ex-presidentes.
Num esforço para evitar ver o caso num impasse legal, os procuradores mantiveram quatro acusações contra o ex-presidente por subversão das eleições de 2020. Mas retiraram do processo alegações sobre as tentativas de utilizar o Departamento de Justiça para promover as suas falsas alegações de fraude eleitoral.
"Hoje, um grande júri federal no Distrito de Colúmbia apresentou uma acusação de substituição, acusando o réu dos mesmos crimes da acusação original", disseram os membros da equipe de Jack Smith, o procurador especial do caso.
"A acusação de substituição, que foi apresentada a um novo grande júri que não havia ouvido provas anteriormente neste caso, reflete os esforços do governo para respeitar e implementar as decisões da Suprema Corte e as instruções de remessa em Trump vs Estados Unidos."
Na prática, a acusação mantém as mesmas alegações do processo original, mas restringe as alegações para permitir que o argumento da imunidade não crie um entrave no caso.
A nova acusação remove trechos que apontavam para as interações de Trump com o Departamento de Justiça. A imunidade é garantida para atos oficiais, mas não para outras manobras por parte do ex-presidente e candidato republicado em 2024.
Com o objetivo de evitar que a defesa de Trump recorra à imunidade, o novo caso retira da acusação Jeffrey Clark, um funcionário do Departamento de Justiça que defendeu as falsas alegações de fraude eleitoral divulgadas por Trump.
Ainda que a mudança tenha sido feita, a acusação continua apontando para o fato de que Trump teria tentado pressionar o então vice-presidente Mike Pence a se recusar a certificar a contagem dos votos eleitorais.
O presidente da Suprema Corte, John Roberts, escreveu para o tribunal que as interações entre Trump e Pence constituíam uma conduta oficial pela qual "Trump é, pelo menos presumivelmente, imune a processos".
Em julho, diante da decisão do tribunal, Trump comemorou. "Grande vitória para a nossa Constituição e democracia. Orgulhoso de ser americano!", publicou nas redes sociais.
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