Ao chamar Maduro de ditador, Boulos segue Boric e costura nova esquerda
A decisão do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) de chamar Nicolás Maduro de "ditador" ocorre dias depois de o presidente chileno, Gabriel Boric, cobrar das esquerdas latino-americanas "coerência" ao defender os direitos humanos e a democracia.
Num evento na ONU, convocado por Espanha e Brasil, o chileno usou o palco não apenas para alertar sobre a extrema direita, mas para destacar como as esquerdas não podem medir ditaduras ou violações de direitos humanos com "réguas diferentes", dependendo de quem as cometa.
Em outras palavras: não há como denunciar ditadores em outras regiões e, quando as violações são de regimes ideologicamente alinhados, fechar os olhos.
Não são os americanos quem denunciam isso. É a própria ONU que, num informe detalhado sobre a situação na Venezuela, destacou como a repressão adotada por Maduro desde a eleição em julho é "sem precedentes".
Nesta semana, quem também falou duramente contra Maduro foi o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
Em declarações à rede CNN, ele afirmou que, "se não houver apresentação dos resultados, não há reconhecimento" do governo Maduro. "O processo anterior às eleições foi errôneo", disse Petro. "Tudo o que foi falado no México, na Colômbia e em Barbados para que houvesse eleições livres não aconteceu", lamentou.
Já Boulos faz parte da Rede Futuro, uma articulação que inclui os partidos de Gustavo Petro, na Colômbia, e do próprio Boric.
O grupo tem um objetivo ambicioso: ser uma alternativa ao Foro de São Paulo.
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