Jamil Chade

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Em telefonema, Lula elogia postura de Biden de garantir transição pacífica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ligação do presidente dos EUA, Joe Biden, dois dias depois de uma ampla derrota dos democratas nas eleições americanas. A conversa durou cerca de 30 minutos.

Segundo o UOL apurou, Lula elogiou a postura de Biden na eleição e seu discurso nesta quinta-feira (7), de garantir uma transição pacífica e ordenada do poder, depois da vitória de Donald Trump — que não foi citado nem por Biden ou Lula na conversa. No Palácio do Planalto, foi considerado que seria "deselegante" falar do republicano em uma conversa com o presidente democrata.

Em nota, o Palácio do Planalto indicou que Biden confirmou sua ida ao Rio de Janeiro, para participar da Cúpula do G20. Mas também fará uma viagem para a Amazônia, algo que nenhum presidente americano em exercício jamais realizou.

O périplo de Biden pelo Brasil começa no dia 17 de novembro e o governo Lula espera que a visita à Amazônia tenha um impacto semelhante à viagem de Emmanuel Macron, presidente da França, pela região. O objetivo é mostrar que o Brasil tem resultados a apresentar sobre a questão da queda do desmatamento e que faz sua parte, mas que sua preservação é uma responsabilidade compartilhada com os países ricos.

Sob o governo de Donald Trump, o temor é de que a questão climática sofra um forte abalo, com repercussões também para a COP30, em Belém, além de eventuais cortes de recursos americanos para o combate ao desmatamento no Brasil.

A viagem na próxima semana ocorre num momento de profunda frustração para Biden, que termina de forma melancólica seus quatros anos no governo. Ao longo dos últimos dois anos, porém, sua relação com Lula foi sempre descrita por diplomatas de ambos os lados como "positiva" e "amistosa". No começo de 2023, Lula escolheu os EUA como destino de sua primeira viagem ao exterior em seu terceiro mandato.

"Biden confirmou também a decisão do governo estadunidense de aderir à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Ambos trataram ainda da visita prevista do presidente Biden a Manaus (AM), antes da Cúpula, e acertaram a realização de reunião bilateral no Rio de Janeiro", disse a nota. De acordo com o governo, "Lula reiterou a amizade e admiração pelo presidente Biden e observou o excelente momento das relações Brasil-EUA nos últimos anos."

"Ambos destacaram a importância da iniciativa bilateral pela promoção do trabalho decente no mundo — a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores — e a convergência de prioridades entre os dois governos para a promoção da transição energética. Biden enalteceu a importância do Brasil para a preservação das florestas tropicais e para o combate à mudança do clima", completou a nota.

Do lado americano, a Casa Branca explicou que, em Manaus, Biden "visitará a floresta amazônica para conversar com líderes locais, indígenas e outros que trabalham para preservar e proteger esse ecossistema crítico".

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Segundo o governo americano, trata-se da primeira visita desse tipo de um presidente dos EUA em exercício.

"No Rio de Janeiro, o Presidente Biden se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil às margens do G20 e reforçará a liderança dos EUA em relação aos direitos dos trabalhadores e ao crescimento econômico limpo", disse a Casa Branca. "Durante o G20, o presidente Biden demonstrará a forte proposta de valor dos Estados Unidos para os países em desenvolvimento e levará o G20 a trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios globais compartilhados, como fome e pobreza, mudança climática, ameaças à saúde e encargos da dívida dos países em desenvolvimento", completou.

Num segundo comunicado, a Casa Branca ainda explicou que Biden "parabenizou o presidente Lula pela presidência bem-sucedida do Brasil no G20 e destacou o progresso feito no avanço dos direitos dos trabalhadores e no combate à fome e à pobreza".

"O presidente Biden também desejou ao presidente Lula uma recuperação completa de sua recente lesão. Os dois líderes concordaram em manter contato próximo sobre questões regionais e globais e expressaram seu compromisso de se reunir no G20", completou a nota emitida pela Casa Branca.

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