Supremacistas brancos comemoraram gesto de Musk em comício

Elon Musk abriu um debate depois de fazer um gesto, durante um comício no primeiro dia do governo de Donald Trump, e que foi interpretado por muitos como um aceno nazista.
Musk ironizou a polêmica, enquanto a futura embaixadora dos EUA na ONU, Elisa Stefanik, rejeitou que o empresário tenha feito o gesto. "Musk é um visionário. Americanos são espertos. Acreditam nele e temos orgulho dele", disse a representante.
Mas, entre os principais grupos supremacistas americanos, a reação foi de comemoração.
Uma seção do grupo nacionalista branco White Lives Matter deixou claro sua satisfação. O grupo publicou uma nota de agradecimento ao gesto do empresário e pedindo que ele ajude a acabar com o "genocídio branco". "Obrigado por (às vezes) nos ouvir, Elon. A Chama Branca se erguerá novamente", afirmaram.
"Coisas incríveis já estão acontecendo", escreveu Andrew Torba, fundador de uma rede social que reúne antissemitas e supremacistas brancos. Em sua postagem, a foto de Musk fazendo a saudação era colocada. "Estamos de volta", apontou outro canal de memes nazistas no Telegram.
Evan Kilgore, um comentarista político de extrema direita, foi às redes de Musk sinalizar sua empolgação. "Elon Musk acabou de fazer Heil Hitler no comício de posse de Trump em Washington DC. Isso é incrível", disse. Kilgore trabalhou como embaixador do Turning Point USA, um grupo de ativistas conservadores que organizou uma festa na noite de domingo que contou com a presença do vice-presidente JD Vance e do filho do presidente, Donald Trump Jr.
O grupo Proud Boys de Ohio postou a foto com o texto "Heil Trump". Membros do grupo foram fundamentais na invasão do Capitólio, em 2021. Ontem, seus membros foram liberados da prisão, depois de um perdão de Trump.
Uma organização contra o antissemitismo defendeu Musk. A Anti-Defamation League (ADL) declarou que o gesto parecia ser apenas um movimento estranho de entusiasmo, não uma saudação nazista.
Numa sabatina nesta terça-feira para confirmar nomeações de Trump, o senador democrata Chris Murphy cobrou "coerência" por parte dos indicados pelo novo governo para que atuem contra o antissemitismo também quando os casos apareçam entre os aliados mais próximos do novo presidente.
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