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O bolso e a boca fazem governo Lula perder pontos de popularidade
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A economia é o principal motivo para a queda da popularidade do governo, na avaliação do colunista do UOL José Roberto de Toledo no programa Análise da Notícia. Mas ele também apontou que o governo —sobretudo Lula— tem cometido erros ao "falar bobagens".
O bolso e a boca fazem o governo Lula perder pontos de popularidade."
José Roberto de Toledo
Pesquisa Quaest divulgada hoje mostra que caiu de 40% para 36% a avaliação positiva sobre o governo Lula.
Além da economia, Toledo também destacou que Lula "deu um tiro no pé" ao relacionar videogames com violência, falar "bobagem" sobre a guerra na Ucrânia e, sobretudo, anunciar a taxação nas compras acima de US$ 50 em transações de sites internacionais.
Avaliação positiva supera a negativa. Apesar de uma oscilação de 4% para baixo na avaliação positiva do governo, ela ainda é maior que a avaliação negativa. Desde fevereiro a avaliação negativa saltou de 20% para 29% e, segundo Toledo, isso mostra uma tendência de queda na popularidade do governo.
"Ainda não é uma tendência desesperadora, mas mostra que os 100 dias de governo não eram para serem comemorados. Era o fim do 'período de carência' e para começar a mostrar serviço porque a paciência das pessoas está se esgotando."
José Roberto de Toledo
Bandeira social de Lula. Se por um lado os principais motivos pela queda da popularidade do governo foram a economia e a violência, estimulada pelos recentes ataques em escolas, a preocupação com problemas sociais como fome e miséria caiu.
"É a agenda de Lula e foi onde Lula agiu e fez coisas com a volta do Bolsa Família e Mais Médicos, mas isso não basta. As pessoas que estão mais críticas e desaprovam mais o governo são pessoas de renda mais alta, escolaridade mais alta, brancos e evangélicos. Em suma, o típico eleitor bolsonarista", avaliou o colunista do UOL.
O que o governo precisa fazer é parar de fazer bobagem, porque isso também aparece muito claramente na pesquisa. A avaliação do Lula, pessoa física, caiu de 65% para 53%. Isso quer dizer que ele colaborou negativamente e os que desaprovam a atitude e o comportamento dele como presidente subiram de 29% para 40%. Até fevereiro Lula ajudava a imagem do governo e deixou de fazer isso."
José Roberto de Toledo
Fator Shein. A pesquisa Quaest apontou que a suposta taxação das transações acima de US$ 50 nas compras internacionais foi a principal notícia negativa ouvida sobre o governo. 16% dos entrevistados citaram o "caso da Shein" e esse número é quatro vezes maior, por exemplo, do que os entrevistados que afirmaram ter ouvido que Lula acabaria com o Bolsa Família.
"Foi o típico erro que para o governo pode parecer bobagem ou irrelevante, mas foi desastrosa", comentou Toledo.
Economia precisa engrenar e leva tempo. O colunista do UOL afirmou que o governo fez o que deveria ser feito na questão econômica, enviando o texto do arcabouço fiscal ao Congresso. O resultado das ações, entretanto, leva tempo para aparecer, na avaliação de Toledo.
"Ele está agindo para tentar reverter esse pessimismo generalizado na economia, mas vai demorar um tempo até a economia engrenar. Ele fez o que tinha que fazer, mas vai demorar para isso aparecer nos indicadores e na opinião pública".
***
O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
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