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O que você precisa saber sobre a China, segundo Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem demonstrado especial interesse em entender a ascensão econômica chinesa. No podcast A Hora desta semana, José Roberto de Toledo compartilhou uma lista de leituras recomendadas pelo ministro, que abrange desde análises históricas até interpretações contemporâneas sobre o gigante asiático.

"A China não é novidade nenhuma, só está retomando um papel histórico se você pensar milenarmente e não apenas nos últimos dois ou três séculos", explica Toledo ao apresentar os livros que formam a biblioteca chinesa de Haddad. Entre as obras citadas está "Adam Smith em Pequim", do sociólogo italiano Giovanni Arrighi, que já em 2008 previu essa nova hegemonia chinesa na economia mundial.

Outro livro importante na lista é "Reorient", do economista alemão André Franck, que desafia a visão eurocêntrica da história econômica ao argumentar que até o século 18 quem mandava na economia mundial, ou era o maior e principal ator, era a Ásia e não o Ocidente. Dentro da Ásia, o poder era a China.

Toledo destaca ainda "Duas Revoluções: Rússia e China", do historiador britânico Perry Anderson, que compara as diferentes trajetórias desses países após transformações em seus sistemas comunistas, e "Capitalismo, Apenas", de Branko Milanovic, que aborda o capitalismo político chinês.

O livro que parece ter mais impactado o ministro, segundo Toledo, é "Como a China Escapou da Terapia de Choque", da economista alemã Isabella Weber. A obra analisa como a China rejeitou as prescrições neoliberais do Consenso de Washington que foram seguidas pela Rússia com resultados ?catastróficos?, optando por criar o seu próprio mercado.

A curiosidade de Haddad sobre a China pode estar relacionada ao atual cenário geopolítico, com a guerra comercial entre China e Estados Unidos impactando a economia global. Como Toledo mencionou na conversa com o ministro, essas tensões podem até ter "uma coisa positiva para o Brasil, como, por exemplo, a transferência de fábricas, de plantas industriais chinesas para o Brasil."

O interesse de Haddad por entender os fundamentos do sucesso econômico chinês reflete uma preocupação estratégica com o posicionamento brasileiro em um cenário internacional em transformação, onde a China emerge como potência econômica dominante após séculos de hegemonia ocidental.

Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Na TV, é exibido às 16h. O Canal UOL está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play.

Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados.

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3 comentários

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Abel Mattos Cabral Neto

Toledo, esse Haddad, de quem você destaca o que ele diz ter lido, é o mesmo que estudou economia por 2 meses e colou para ser aprovado, ou seja, vale menos que zero.

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Wilson Sergio Ricieri Teixeira

Essa é uma entre tantas diferenças com o "gênio de Chicago" e seus pares. O primeiro pensa num projeto de país, o gênio é um oportunista (sim um oportunista com capacidade de ganhar dinheiro - pra si - em escala industrial). Qual desempenha melhor o papel de ministro da economia de um país?

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Osvaldo Frederico Schilling Neto

Chega a ser patético que depois de quarenta anos de neoliberalismo, e quase cinquenta anos de avanços da China o Brasil precise saudar o fato de um ministro da economia se interessar em ler sobre as políticas industriais bem sucedidas desse período. O Brasil é administrado de costas para a necessidade de uma nação se interessar de forma permanente na modernização de sua econom. ia e a realidade é uma estagnação económica que já vem desde a segunda crise do petróleo pelo menos. 

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