Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Agressor de Vera Magalhães pratica a selvageria como um animal com dono
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Mesmo nas melhores democracias, grandes nulidades sempre são eleitas. O caso do deputado estadual Douglas Garcia, que agrediu verbalmente a jornalista Vera Magalhães na plateia do debate entre candidatos ao governo de São Paulo, é uma extrapolação dessa anomalia.
Charles Darwin escreveu um livro chamado 'A expressão das emoções no homem e nos animais'. Nele, foram catalogadas expressões fisionômicas dos chimpanzés, dos cachorros e dos homens. Darwin batizou de 'princípio da antítese' o fenômeno que leva um cachorro a expressar o amor que nutre pelo dono por meio de uma mutação corporal. Para agradar, o animal modifica a face, amolece as costas, abana o rabo, baba a mão do dono.
Darwin não previu o comportamento de políticos como Douglas Garcia que, para expressar sua sabujice, repetem as atrocidades praticadas pelo dono. Candidato à Câmara Federal, Douglas fez uma selfie na qual repete para Vera Magalhães o mesmo ataque misógino que Bolsonaro havia dirigido à jornalista no debate presidencial de dias atrás.
Vivo, Darwin diria que Douglas Garcia e seus assemelhados, são evidências de que o homem parou de evoluir. Quando era apenas um neandertal, o hominídeo dispunha de uma caixa craniana maior. Mas não tinha a linguagem dos bolsonaristas, embora o grunhido às vezes fosse parecido. Vivia em tribos polarizadas.
Lutava-se pela sobrevivência, só que a selvageria não era atribuída a Jesus Cristo. Douglas Garcia é filiado ao Republicanos, braço partidário da Igreja Universal do Reino de Deus. A inação do partido é um aval à truculência. O eco de Bolsonaro é o som da cumplicidade. Contra esse pano de fundo, o repúdio de Tarcísio de Freitas, soa insuficiente.
O objetivo da evolução era dar voz à humanidade, nome às coisas e um enredo para o universo. A conjuntura intima o eleitor brasileiro a chamar a coisa pelo nome correto: retrocesso. A anormalidade convoca o eleitor a reescrever o enredo nas urnas. A alternativa seria enviar gente como Douglas Garcia para o Congresso Nacional. Ou fugir para as cavernas.
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