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Politização do plano do PCC para eliminar autoridades é sinal de psicopatia
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A derrota retirou Bolsonaro da Presidência. Mas não dissolveu suas obsessões ideológicas. Ao politizar a operação da Polícia Federal que desbaratou o plano do PCC para executar autoridades, Bolsonaro elevou seu ódio à esquerda petista a um estágio de psicopatia. De um líder se espera que irradie para os liderados padrões de sensatez, não sintomas de distúrbio mental.
Um dos alvos dos criminosos era o senador Sergio Moro, algoz de Lula na Lava Jato. O desprezo de Lula pelo personagem não impediu a Polícia Federal de realizar um trabalho de vitrine. Alertada pelo Ministério Público de São Paulo, a PF cercou em dois meses a célula do PCC que tramou homicídios e extorsões mediante sequestro em Brasília e em quatro estados.
Bolsonaro achou que seria uma boa ideia vincular o episódio ao assassinato do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, e à facada de que ele próprio foi vitima. "Em 2002, Celso Daniel", escreveu o capitão nas suas redes antissociais. "Em 2018, Jair Bolsonaro. E agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda", ele acrescentou.
Bolsonaro surfou um comentário de calão rasteiro que Lula fez na véspera. Sem saber que a PF prenderia os criminosos do PCC, Lula desonrou o cargo que ocupa ao recordar numa entrevista que, preso em Curitiba, desejou "foder o Moro". Falta a Lula uma noção qualquer de decoro. Sobra em Bolsonaro uma mistura de ignorância pessoal com psicopatia.
Bolsonaro fez carreira na política industrializando o ódio. Na Câmara, pregou o fuzilamento de FHC, enalteceu torturadores, homenageou milicianos, disse que não espupraria uma deputada por falta de merecimento... Chegou ao Planalto numa campanha em que falou em "fuzilar a petralhada". Disputou a reeleição sustentando que precisava de um segundo mandato para "extirpar" da conjuntura o "quadrilheiro de nove dedos."
O conservadorismo brasileiro precisa apresentar um líder mais qualificado. Bolsonaro tornou-se o primeiro presidente da história a não obter a reeleição desde que o instituto foi criado. Perdeu o trono. Manteve a pose de guia dos povos. Entretanto, emite desde a derrota sucessivos sinais de que já não serve nem para guia de cego.
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