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Ensaiado para falar sobre vacina, Bolsonaro foi inquirido sobre outro golpe
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Bolsonaro passou a tarde de segunda-feira ensaiando para o depoimento de terça. A defesa informou previamente que ele falaria apenas sobre vacinas. Faltou incluir a Polícia Federal no ensaio. Além da fraude nos certificados de vacinação, o depoente foi interrogado sobre outro tipo de golpe. O golpe de Estado.
Os inquiridores de Bolsonaro mencionaram áudios trocados por WhatsApp entre o coronel Mauro Cid e o ex-major do Exército Ailton Barros sobre uma trama golpista para impedir a posse de Lula. Ambos estão presos. Citaram também mensagens atribuídas ao coronel Elcio Franco, ex-número 2 de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e ex-assessor de Braga Netto na Casa Civil.
Indagado, Bolsonaro viu-se compelido a responder que "não participou ou orientou qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito." Os investigadores capturaram duas imagens de tela que informam sobre diálogo mantido por Ailton Barros com um contato identificado como "PR 01". Para a Polícia Federal, "PR" se refere a presidente da República.
Perguntou-se a Bolsonaro se mantinha contato com Ailton. E ele: "Conversas esporádicas em aplicativos de mensagens". Expulso do Exército, Ailton foi candidato a deputado estadual pelo Rio de Janeiro no ano passado. Foi apoiado por Bolsonaro, que o chamava de "segundo irmão". Não se elegeu. No depoimento, Bolsonaro reduziu a importância do personagem. "Não possui liderança para arregimentar pessoas para qualquer ato" golpista, declarou.
Obtidos como subproduto da investigação sobre a falsificação de certificados de vacina, os áudios golpistas foram compartilhados, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com o inquérito que apura responsabilidades pelo 8 de janeiro.
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