Penúltima manobra do X colocou Pablo Marçal no colo de Xandão
Foram finalmente transferidos da Caixa Econômica para o Banco do Brasil os R$ 28,6 milhões em multas aplicados contra a rede social X pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A liquidação dos débitos pavimenta o caminho que leva ao desbloqueio da plataforma de Elon Musk no Brasil. A novidade chega com atraso para o franco-atirador Pablo Marçal.
No último sábado, graças ao depósito em conta errada, Moraes pôde cobrar esclarecimentos de Marçal por ter usado o X, ainda sob bloqueio, para disseminar o laudo médico fabricado para grudar novamente em Guilherme Boulos a pecha ficcional de consumir cocaína. Acomodado pela penúltima manobra de Musk no colo de Xandão, Marçal foi submetido à síndrome do que está por vir.
No seu despacho, Moraes mostrou a Marçal o cabo da faca. Citou o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que resultou, em outubro de 2021, na cassação do então deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini, condenado por disseminar nas redes mentiras sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
A certa altura, Moraes foi ao ponto: "A conduta de Pablo Henrique Costa Marçal, em tese, caracteriza abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, sendo grave a afronta à legitimidade e normalidade do pleito eleitoral, podendo acarretar a cassação do registro ou do diploma e inelegibilidade, conforme decidido pelo TSE", anotou.
A cassação do registro da candidatura ou do diploma de Marçal perderam o sentido, pois a maioria do eleitorado de São Paulo cuidou de sepultar, no domingo, as pretensões eleitorais do personagem. Mas a derrota não livra Marçal, um colecionador de ações na Justiça Eleitoral, da inelegibilidade. Significa dizer que, cedo ou tarde, deve amargar um jejum eleitoral de oito anos.
Na noite de domingo, na sua primeira manifestação pública depois da derrota, Marçal declarou que não cogita concorrer novamente à prefeitura de São Paulo. Mas ameaçou disputar o governo de São Paulo ou a Presidência da República em 2026.
Marçal esqueceu de lembrar -ou lembrou de esquecer— que forneceu durante a campanha municipal farta matéria prima para a declaração de uma inelegibilidade que o excluirá das urnas até 2032. Nessa hipótese não ficará impedido de concorrer apenas em 2026. Será banido também das urnas de 2030.
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