Josias de Souza

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Opinião

Boulos e Nunes invocam Deus na reta final, mas só voto salva

Em encontros religiosos, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes invocam Deus na reta final da corrida à Prefeitura de São Paulo. Horas depois de expiar os pecados da esquerda numa "Carta ao Povo de São Paulo", Boulos leu para pastores e missionários uma carta aos evangélicos. Nesta terça, depois de uma churrascada, Nunes irá a um culto da igreja Sara Nossa Terra na companhia de Tarcísio de Freitas e Bolsonaro.

Num esforço para tirar o atraso em relação a Nunes, que percorre templos desde o primeiro turno, Boulos realçou sua "formação cristã". Disse que a militância no movimento social o aproximou dos evangélicos. "Meu governo vai respeitar profundamente o modo como vocês veem a vida", disse ele, em nova imitação de Lula, que também divulgou carta aos evangélicos na corrida presidencial de 2022.

Num estado laico, os governantes devem se relacionar com as religiões de duas maneiras. Primeiro, precisam zelar pela liberdade religiosa, assegurando que todos possam exercitar suas crenças sem constrangimentos ou preconceitos. Em segundo lugar, devem manter posição equidistante e neutra, abstendo-se de privilegiar ou prejudicar qualquer religião. A providência divina cuida do resto.

No primeiro turno, Pablo Marçal esteve na bica de excluir do jogo um dos atuais finalistas. Numa live com pastores, Marçal insinuou que faria ao povo de Deus o favor de livrar São Paulo do "comunismo" de Boulos e da "direita trans" de Nunes. Apresentou-se como "homem de oração", do tipo que "lê a palavra todo dia". Descobriu que Deus está em toda parte, exceto na urna. Ali, só o voto salva.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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