Questão não é se Bolsonaro será preso, mas quando a prisão virá
O inquérito sobre a trama golpista mudou de patamar. Revelou-se nesta terça-feira que o plano incluía o assassinato, em dezembro de 2022, de Lula, Geraldo Alckmim e Alexandre de Moraes por um grupo de oficiais da tropa de elite do Exército. A Polícia Federal pavimentou com mensagens, documentos, fotos, vídeos e áudios o caminho que levará os integrantes do alto comando-comando do golpe às sentenças condenatórias.
A questão agora não é mais se Bolsonaro e seus cúmplices, entre eles uma penca de generais, serão condenados à prisão. A pergunta passou a ser quando as sentenças serão proferidas. Num prenúncio do que está por vir, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, declarou que o Brasil "esteve mais próximo do que imaginávamos" de um golpe de Estado. Declarou que "o Poder Judiciário vai julgar o caso conforme as leis e a Constituição."
O artigo 359-M do Código Penal anota que é crime "tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído". Relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes considera que está "comprovada a materialidade" da tentativa de golpe. Até sexta-feira, a PF deve encaminhar ao Supremo relatório que antecede os indiciamentos.
Juridicamente, o destino dos golpistas logo estará nas mãos do procurador-geral da República Paulo Gonet. Politicamente, os aliados de Bolsonaro foram presenteados com um pretexto para organizar uma chapa à sucessão de 2026 sem o capitão. Até aqui, a pose de vítima de Bolsonaro era uma caricatura. A partir de agora, a idéia de articular algo que se pareça com a reabilitação política de um "mito" de pés de barro tornou-se um escárnio.
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