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Argentina vai extraditar traficante compadre de Marcola e sogro de Fuminho
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Orlando Marques dos Santos, 60, o Sarará, apontado pela Polícia Federal como um dos dez maiores narcotraficantes brasileiros, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e atualmente preso na Argentina, deve ser extraditado para o Brasil ainda neste mês.
Sarará está preso no pavilhão de segurança máxima do Complexo Penitenciário Federal de Ezeiza, na Grande Buenos Aires. Ele foi preso pela Interpol (Polícia Internacional) em 18 de dezembro de 2019.
O narcotraficante estava com a namorada, boliviana, no Hotel Hilton, na capital argentina, quando foi capturado. Ele se hospedou usando documento falso em nome de Júlio César Cardozo.
O processo de extradição está sob pendência do juiz federal argentino Sebastián Ramos. A Justiça argentina acredita que o caso deve ter um desfecho já nos próximos dias.
O UOL não conseguiu contato com o advogado do preso em Buenos Aires, Fernando Burlando. Na semana passada, o defensor solicitou à Justiça da Argentina o benefício da prisão domiciliar para o cliente, por conta da covid-19, mas o pedido foi indeferido sob o argumento de "risco de fuga".
Burlando sustenta que o prisioneiro tem problemas cardíacos e pode contrair coronavírus. Segundo a imprensa argentina, Sarará é dono de um apartamento no 33º andar de um dos prédios das Torres Mulieris, um luxuoso condomínio localizado na Azucena VillaFlor, 489, no bairro Puerto Madero.
O residencial conta com piscinas externa e interna, sauna, vestiários, área para lavar carros e elevadores de alta velocidade. A intenção de Sarará era cumprir a prisão domiciliar no condomínio em companhia da namorada boliviana.
O prisioneiro brasileiro tinha ido a Buenos Aires para fazer exames médicos. Em 2015, ele operou o coração no Hospital Italiano, na capital argentina. E sempre usava o mesmo documento falso para entrar no país vizinho e realizar os periódicos check-ups.
No Brasil, Sarará é condenado a 34 anos pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.
Ele estava foragido desde 6 de fevereiro de 2014, quando escapou de um presídio de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde cumpria pena em regime semiaberto.
A chance de Sarará ser removido para um presídio federal no Brasil é grande. Caso seja transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), ele ficará mais próximo do genro e também narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, preso em abril de 2020 em Moçambique, na África, e mandado de volta para o Brasil.
A filha de Sarará é casada com Fuminho, considerado o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo Ministério Público do estado de São Paulo como líder máximo do PCC.
Segundo a Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo, Sarará é "compadre" de Marcola e ambos já cumpriram pena juntos em uma penitenciária estadual no interior paulista.
Sarará já passou por diversas prisões no Brasil. Em 2001, quando ficou recolhido na CPP (Casa de Prisão Provisória), no interior de Goiás, o criminoso tinha até a chave da cela do presídio.
Ele também costumava sair da prisão para fazer viagens a "negócios do tráfico" e usava um avião particular. As viagens eram geralmente para o Maranhão, Pará, Piauí, Tocantins e São Paulo.
Em um dos voos, o diretor da CPP viajou a bordo da aeronave, ao lado de Sarará, para a cidade de Palmeirópolis, no Tocantins, como divulgou o UOL em reportagem publicada em 8 de outubro do ano passado.
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