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Corpo esquartejado em Suzano pode ser de mais uma vítima da guerra do PCC
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A Polícia Civil de Suzano (SP) investiga se o assassinato de um homem cujo corpo foi encontrado esquartejado na manhã deste domingo no município ocorreu em vingança às mortes de dois integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) executados a tiros no mês passado no Tatuapé.
Ao lado do corpo da vítima esquartejada, havia um bilhete escrito à caneta esferográfica com os seguintes dizeres: "Esse pilantra foi cobrado em cima da covardia que ele fez em cima dos nossos irmãos Anselmo e com Sem Sangue".
Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Magrelo, e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue, foram assassinados no dia 27 de dezembro de 2021 na rua Armindo Guaraná, 110. Eles estavam em um carro quando um veículo se aproximou. Um atirador sacou a arma e efetuou ao menos 10 disparos.
Magrelo era ligado a Sílvio Luiz Ferreira, 43, o Cebola, e Cláudio Marcos de Almeida, 50, o Django, integrantes do PCC e traficantes de drogas da região da Favela Caixa D'Água, em Cangaíba, zona leste paulistana.
Segundo o Ministério Público Estadual, Magrelo, Cebola, e Django eram ligados a Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, assassinados a tiros em fevereiro de 2018 na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
Uma semana depois das mortes de Gegê e Paca, o PCC passou a enfrentar uma sangrenta guerra interna e a violência se espalhou principalmente pelas ruas do Tatuapé. Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, acusado de coordenar a morte dos dois, foi morto com tiros de fuzil no bairro.
O crime aconteceu na rua Eleonora Cintra, na noite de 23 de fevereiro de 2018. Carlos Roberto Ferreira, o Galo, acusado de ter atraído Cabelo Duro para a morte, também foi assassinado com 70 tiros na rua Coelho Lisboa, em 23 de julho de 2018.
A Divisão de Homicídios de Suzano quer saber se o homem que foi esquartejado em Suzano é realmente mais uma vítima do conflito interno do PCC. O corpo foi encontrado pela manhã na Estrada das Neves, na Vila Barros, por guardas civis municipais.
Segundo a Guarda Municipal de Suzano, até as 15h deste domingo, o corpo ainda não havia sido identificado e encontrava-se no Instituto Médico Legal da cidade.
A ocorrência ainda não tinha sido apresentada na Delegacia Central de Suzano. A reportagem conversou com um investigador de plantão que pediu anonimato. Ele disse que a vítima ainda não tinha sido identificada e que outras partes do corpo esquartejado foram encontradas em locais diversos do lugar onde o cadáver foi desovado.
Tanto Magrelo como Cebola e Django são investigados pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) como "patrões" do sargento Farani Salvador Freitas Rocha Júnior, 38, preso pela acusação de ter mandado matar o cabo Wanderley Oliveira de Almeida Júnior, 38.
Esse crime aconteceu em 5 de fevereiro de 2020 em Itaquera, zona leste paulistana. Segundo o DHPP, o cabo descobriu que Farani recebia R$ 200 mil por mês dos traficantes da Favela Caixa D' Água e por isso foi morto. Farani também é apontado como suspeito pelo assassinato de Galo.
Os advogados de Farani afirmam em petições judiciais que o cliente não mandou matar Wanderley, nunca recebeu dinheiro de traficantes de drogas e jamais integrou nem agiu a mando do crime organizado.
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