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PCC iria sequestrar e matar agentes federais para libertar Marcola, diz PF
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Investigações do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e da PF (Polícia Federal) apontam que o PCC (Primeiro Comando da Capital) levantou os nomes de servidores públicos federais para sequestrá-los e usá-los como "moeda de troca" na libertação de Marco Willians Herbas Camacho, 54, o Marcola, apontado como líder máximo da facção.
Os agentes federais coletaram essas informações após análise dos dados armazenados em computadores de uma advogada de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, investigada sob a suspeita de envolvimento em um plano de resgate de líderes do PCC recolhidos em penitenciárias federais.
O Depen e a PF apuraram ainda que os sequestráveis deveriam ser levados para um cativeiro fora do seu estado de origem. E descobriu também que no relatório analisado havia um recado taxativo dizendo que caso não houvesse a negociação, os servidores públicos federais deveriam ser assassinados.
A advogada defendia presos ligados ao PCC em uma penitenciária estadual de Campo Grande (MS) e presídios federais. Ela foi presa quarta-feira (10), pela PF, durante a Operação Anjos da Guarda, deflagrada para desmantelar um plano de resgate de lideranças do PCC. Além dela, os federais também prenderam preventivamente uma advogada em Ceilândia (DF).
Em São Paulo foram presas as irmãs e advogadas Juliana Alonso e Simone Alonso. Esta última é mulher de Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, preso na Penitenciária Federal de Brasília e um dos nomes resgatáveis.
Os outros presos alvos do resgate são, de acordo com a PF, Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, condenado pela morte do juiz Antônio José Machado Dias, em março de 2003, em Presidente Prudente, a mando do PCC; Valdeci Alves dos Santos, o Colorido; Esdras Augusto do Nascimento Júnior; e Edmar dos Santos, o Quirino.
Durante a deflagração da Operação Anjos da Guarda foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados. Em um deles moram a mulher de Marcola, Cynthia Giliolli Herbas Camacho, e a irmã dela, a advogada Camila Gigliolli da Silva, defensora do cunhado.
A PF chegou a pedir a prisão preventiva das irmãs Cynthia e Camila, mas a Justiça Federal não aceitou. Outros advogados também tiveram o pedido de prisão indeferido. Todos, no entanto, vão cumprir medidas cautelares e estão proibidos de entrar em qualquer presídio.
Investigação
Os suspeitos começaram a ser investigados em dezembro de 2021, quando foram monitoradas conversas de advogados e familiares de detentos na Penitenciária Federal de Brasília.
Ainda segundo a PF, os presidiários do PCC, defensores e visitantes falavam em código para tratar do plano de resgate e mencionavam as siglas "STF", para se referir a fuga da liderança presa em Brasília, e "STJ", para cobrar o andamento da ação.
Após a descoberta do plano, o Depen, que é responsável pela administração dos presídios federais, decidiu transferir, em março deste ano, o prisioneiro Marcola da Penitenciária de Brasília para a de Porto Velho.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas das advogadas presas nem com os defensores de Cynthia Herbas Camacho e Camila Gigliolli, mas publicará a versão de todos eles, se houver um posicionamento.
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