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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Justiça condena mais 4 integrantes do PCC por associação criminosa em SP

Integrantes do PCC condenados pela Justiça: Wellington Roberto da Cruz, o Shampoo, Diego Macedo Gonçalves do Carmo, o Brahma, Levi Adriano Felício, o Parente, e João Paulo Tomaz de Souza, o JP - Reprodução
Integrantes do PCC condenados pela Justiça: Wellington Roberto da Cruz, o Shampoo, Diego Macedo Gonçalves do Carmo, o Brahma, Levi Adriano Felício, o Parente, e João Paulo Tomaz de Souza, o JP Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

30/11/2022 04h00Atualizada em 30/11/2022 06h52

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A Justiça condenou na sexta-feira (25) mais quatro integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) por associação à organização criminosa. Os réus são acusados de pertencer a uma quadrilha responsável pela lavagem de R$ 1,2 bilhão da facção no período de janeiro de 2018 a julho de 2019.

Wellington Roberto da Cruz, 51, o Shampoo, e Diego Macedo Gonçalves do Carmo, 38, o Brahma, foram condenados a 7 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. Levi Adriano Felício, 56, o Parente, e João Paulo Tomaz de Souza, 36, o JP, receberam uma pena de 6 anos e 9 meses de reclusão.

A sentença foi anunciada pelo juiz Thiago Baldani Gomes De Filippo, da 1ª Vara de Crimes Tributários e Lavagem de Bens e Valores da Capital. No entendimento do magistrado, os réus são integrantes do PCC e coordenavam os setores da organização criminosa relacionados ao tráfico de drogas.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos réus, mas publicará a versão dos defensores de todos eles na íntegra, assim que houver uma manifestação.

Os quatro condenados e outros 14 réus foram denunciados pelo MP-SP (Ministério Público do estado de São Paulo) no âmbito da Operação Sharks (tubarões em inglês), deflagrada em 14 de setembro de 2020.

As investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP, tiveram início em agosto de 2018, com a prisão de Robson Sampaio de Lima, 39, o Tubarão. O apelido dele deu origem ao nome da operação.

Segundo o Gaeco, com ele foram apreendidos notebooks, telefones celulares e diversas planilhas. Peritos analisaram o material e constataram a movimentação bilionária do PCC com o tráfico de drogas. O esquema contava com dois doleiros.

Rede de comunicação

Promotores de Justiça apuraram que os denunciados trocavam mensagens entre si em uma rede fechada de comunicação. Para dificultar possíveis identificações e rastreamentos, eles sempre utilizavam apelidos com nome de países e mudavam constantemente de telefones celulares e chips.

Os processos contra os 18 denunciados foram desmembrados. Até agora, o juiz De Filippo condenou seis réus e absolveu outros seis. Os demais aguardam julgamento. Outros três acusados morreram, sendo dois deles em confronto com policiais. O terceiro, Gilberto Flares Lopes Pontes, 39, o Tobé, foi assassinado em agosto de 2021 pelo "tribunal do crime" do PCC.

Entre os réus condenados anteriormente estão Carla Luy Riciotti Lima, 33, e Gratuliano de Sousa Lira, 46. A pena dela foi de 10 anos e 3 meses, e a dele, de 11 anos e 11 meses.

Ainda segundo o Gaeco, Carla era chamada de Chechênia e tinha a missão de controlar a rede de comunicação fechada, adquirindo os telefones celulares e chips, habilitando os aparelhos e instalando os aplicativos de trocas de mensagens.

Já Gratuliano, de acordo com o Gaeco, tinha o apelido de Espanha e era quem cuidava do armazenamento das drogas e valores proveniente do tráfico, valendo-se de imóveis alugados e utilizados pelo PCC como casas-cofres usadas para esconder drogas.

Os absolvidos pelo juiz De Filippo são Edmilson de Meneses, 49, o Grilo; Sílvio Luiz Ferreira, 44, o Cebola; Sérgio Luiz de Freitas Filho, 44, o Mijão; Valdeci Alves da Costa, 50, o Colorido; Wagner Rodrigo dos Santos, 44, o Branquinho; e Patric Velinton Salomão, 42, o Forjado.