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Procurador de Justiça é acusado de agredir e ofender mulher e filha em SP
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Um procurador de Justiça de 59 anos, membro do Conselho Superior do Ministério Púbico de São Paulo, é acusado de agredir e ofender a mulher e a filha após chegar embriagado, na madrugada de quinta-feira (15), no apartamento da família, no bairro do Paraíso, zona sul paulistana.
Policiais militares faziam patrulhamento na região e foram acionados. O caso foi parar na 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), no prédio do 78º DP (Jardins), onde foi registrado um boletim de ocorrência com a natureza de violência doméstica, ameaça e injúria.
Na DDM, a mulher, uma procuradora do Estado aposentada, de 64 anos, contou que a relação com o marido ficou conturbada, com muita agressividade, e por mais de 10 vezes ela pagou com dinheiro próprio tratamento para o procurador em uma clínica e num spa porque ele tem muitos gastos fora de casa e não consegue arcar com as despesas.
Ela disse que possui união estável com ele há 28 anos e que tais gastos visam restabelecer o equilíbrio psicótico ao procurador. Afirmou ainda que o marido tem quatro filhos de outros relacionamentos.
Segundo a mulher, há cinco dias o procurador tem tido surtos psicóticos, ficando muito nervoso e gritando com frequência. Na quinta-feira, ele teria atirado dois pratos em direção à esposa, mas não acertou.
Armas e munição
A procuradora aposentada declarou também que o marido possui porte de arma e tem armamento e munição em casa. Relatou que sente muito medo e, por isso, várias vezes guardou o armamento, com receio de que ele viesse a usá-lo.
De acordo com o depoimento da mulher, na quinta-feira, o marido ameaçou e gritou "vou acabar com você, desejo que você morra de câncer, que o câncer te consuma, sua louca". A procuradora aposentada foi diagnosticada com câncer de mama. Recentemente passou por cirurgia.
A filha, de 27 anos, também foi ouvida na DDM. Ela disse que sempre presenciou as ofensas e ameaças do pai e que ele nunca teve uma palavra de afeto e estímulo em relação a ela. Segundo a garota, também na quinta-feira, o procurador arremessou um telefone celular em sua direção.
A jovem confirmou que o pai tem surtos psicóticos há muito tempo, e que o quadro piorou nos últimos cinco dias. Afirmou que ele lhe proferiu as seguintes ofensas e ameaças: "Vadia, vagabunda, traficante, drogada, saco de lixo. Vou acabar com sua vida, você nunca vai ter nada, você não terá carreira".
A Polícia Civil foi comunicada que, no dia dos fatos, o procurador foi ao banheiro e se lesionou para acusar a mulher e a filha de agressão.
As duas vítimas não quiseram ofertar representação criminal por ameaça contra o procurador, no momento. Foram comunicadas que têm prazo de seis meses para fazê-lo.
Já o procurador alegou que estava emocionalmente abalado por conta da situação e por causa das lesões no braço e cabeça. Decidiu se reservar ao direito de se pronunciar perante autoridade competente.
A reportagem não conseguiu contato com nenhum dos envolvidos e, por isso, não publicou os nomes deles.
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