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Dupla do PCC viaja de SP para matar agentes em Porto Velho e acaba presa
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Quando estava preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), Evandro Robiér Dias da Silva, 53, escreveu uma carta à Justiça e fez três pedidos: ser transferido para um presídio perto da capital paulista, progredir para o regime semiaberto ou então sair em liberdade condicional.
A correspondência, de apenas uma página, foi escrita a caneta com tinta vermelha em 17 de maio de 2016. Desde aquela época, a P2 de Venceslau era um dos mais fortes redutos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Todos os pedidos formulados por Evandro foram indeferidos. Pelo menos até 2018. Tempos depois, o prisioneiro, dono de extensa ficha criminal, conseguiu ir para a rua. Porém, não conseguiu permanecer por longo período longe das grades.
Evandro foi preso pela Polícia Federal em Porto Velho, durante a Operação Sicários, deflagrada para desarticular um plano do PCC para resgatar prisioneiros e matar agentes penitenciários federais na capital de Rondônia. Os agentes também prenderam Douglas Costa Alves de Souza.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos dois presos, mas publicará a versão dos defensores de ambos assim que houver uma manifestação.
Segundo as investigações, Evandro e Douglas viajaram de São Paulo para colocar o plano em prática. Há informações de que a facção criminosa havia alugado imóvel em Porto Velho para servir como base a outros possíveis integrantes da organização recrutados para a missão de resgate e atentados.
As prisões de Evandro e Douglas na capital de Rondônia aconteceram dois dias depois da remoção de Marco Willians Herbas Camacho, 55, o Marcola —apontado como o líder máximo do PCC— da Penitenciária Federal de Porto Velho, para a Penitenciária Federal de Brasília.
Policiais federais apuraram que nos últimos três anos o PCC vem planejando matar agentes federais do presídio de Porto Velho, como divulgou esta coluna no dia 28 de janeiro deste ano. A primeira tentativa ocorreu em 4 de junho de 2020.
Ficha longa
Até agora ao menos 12 acusados de envolvimento nos planos de ataques aos agentes federais foram presos. Três acabaram detidos em flagrante em 2020 pela tentativa de assassinato de um homem. Ele foi confundido com um funcionário do presídio de Porto Velho e escapou ileso.
O trio teve os telefones celulares apreendidos e periciados. Após a análise dos aparelhos, a PF identificou outros sete integrantes da quadrilha. Os federais prenderam seis deles em abril de 2021. O sétimo foi capturado em setembro do mesmo ano.
Com a detenção de Evandro e Douglas, o número de presos chegou a 12. A dupla e os sete presos em 2021 são acusados por associação à organização criminosa. Já o trio flagrado em 2020 responde a processo por tentativa de homicídio e associação à organização criminosa.
A Polícia Federal investiga se os integrantes do PCC presos em Rondônia também planejavam cometer ataques contra autoridades em outras cidades onde existem presídios federais, como em Brasília (DF), Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS).
A coluna apurou que Evandro foi condenado 38 anos e cinco meses pelos crimes de tráfico de drogas e roubo. A longa ficha criminal mostra que a primeira prisão foi em 24 de outubro de 1988. Ele passou por 21 presídios, uma cadeia pública e uma carceragem de delegacia de São Paulo.
Não foi informado à reportagem se Douglas tem antecedente criminal e se já foi preso ou processado anteriormente.
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