Justiça condena 4 presos do PCC acusados de planejar mortes de autoridades
A Justiça condenou quatro presos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) acusados de planejar o assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakiya e de outras autoridades ligadas à Polícia Federal e ao sistema carcerário de São Paulo. As penas variam de 9 anos a 13 anos de prisão.
Gabriel Nekis Gonçalves e Tony Ricardo Silveira foram condenados a 13 anos e 4 meses, no último dia 27, pela juíza Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade, da 3ª Vara Criminal de Presidente Prudente (SP), pelo crime de associação à organização criminosa.
Já o juiz Deyvison Heberth dos Reis, da 3ª Vara Criminal de Presidente Venceslau (SP), impôs uma pena de 10 anos e 9 meses ao preso Carlos Alberto Damásio, o Marlboro, e de 9 anos ao prisioneiro Roberto Cardoso de Aguiar, o Viola.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos quatro condenados.
Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), em outubro de 2019 policiais penais apreenderam na cela de Tony Ricardo, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, manuscritos com números de telefones celulares e contas bancárias e informações sobre armas e drones.
No mesmo período, na cela de Gabriel Nekis, na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes, agentes disseram ter encontrado bilhetes com endereços de paiol, (depósitos de armamentos) e ordens para matar Gakiya e o coordenador dos presídios da região oeste do estado, Roberto Medina.
Promotor e escolta ameaçados
No bilhete apreendido com Gonçalves no dia 21 de outubro de 2019 havia uma ordem para matar Gakiya naquela mesma semana. A mensagem dizia que não era para ficar vivo o promotor de Justiça nem a escolta diuturna dele, formada por experientes policiais militares de tropa de elite.
Gakiya integra o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente. O promotor de Justiça há 17 anos investiga as ações do PCC e graças à atuação dele a liderança da facção foi transferida para presídios federais em fevereiro de 2019.
O MP-SP apurou também que em novembro de 2021, na cela 144 da Penitenciária 2 de Venceslau, habitada por Marlboro, foram encontrados 32 comprimidos de Viagra e quatro manuscritos com imagens de drones e endereços e nomes de autoridades públicas, uma delas, Lincoln Gakiya.
Em um dos bilhetes havia referências a integrantes da Polícia Federal, incluindo delegados e agentes. Segundo o MP-SP, o manuscrito trazia os apelidos de Marlboro e Viola e tinha o seguinte título: "Responsáveis pelos mapeamentos e localizações".
Na avaliação do MP-SP, o conteúdo do bilhete é uma prova de que Marlboro e Viola participaram de uma ação do Primeiro Comando da Capital responsável pelo levantamento de endereços de autoridades para possível prática de atentados.
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