Operação do Gaeco e da Rota prende 2 por suspeita de lavar dinheiro do PCC
Uma operação do Ministério Público com o apoio da Polícia Militar prendeu hoje dois suspeitos de serem operadores financeiros em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo.
O que aconteceu
Márcio Roberto de Souza Costa foi preso preventivamente na capital paulista. Já Dário Pereira Alencar foi detido em Praia Grande, no litoral paulista. O UOL não localizou a defesa deles.
Eles são apontados pelas investigações como os responsáveis por movimentar mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos em transações dos núcleos de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e de Odair Lopes Mazzi Junior, o Dezinho, líderes da facção criminosa.
Expulso da facção por suspeita de desvio de dinheiro da organização criminosa, Tuta está desaparecido. Já Dezinho foi preso em julho deste ano em um resort de luxo na praia dos Carneiros, no litoral pernambucano.
Na ação, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma um dos suspeitos de integrar o grupo — o nome dele não foi divulgado. O Ministério Público informou que deve oferecer denúncia à Justiça nos próximos dias.
Batizada de Sharks 2 (Tubarões 2, em inglês), a operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e por policiais militares cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em São Paulo e outros 4 na Bahia. Mais de 100 policiais militares da Rota, a tropa de elite da PM, deram apoio à ação.
Entenda a Operação Sharks
A primeira etapa da operação foi concluída em setembro de 2020 e teve início a partir de investigações conduzidas com o cruzamento de múltiplos dados, mirando integrantes dos principais escalões da organização.
Segundo o Gaeco, as provas obtidas revelaram que a cúpula do PCC movimenta mais de R$ 100 milhões anualmente, quantia decorrente, primordialmente, do tráfico de drogas e da arrecadação de valores de seus integrantes, tudo com rigoroso controle em planilhas.
As investigações coordenadas por oito promotores de Justiça levou ao oferecimento de denúncia. Dezinho, um dos alvos na ação de hoje, foi preso em julho deste ano durante diligências realizadas em Pernambuco. Ele estava em um resort de luxo.
O Gaeco apurou que ele ocupa uma das mais altas posições nos escalões da facção e é responsável por gerenciar parte do tráfico de drogas do exterior para o Brasil. E atuava em esquemas para lavagem de dinheiro. Com ele foram apreendidos documentos falsos, cartões de crédito e celulares.
Nessa nova fase da Operação Sharks, diz o Gaeco, "a investigação revela que enquanto os líderes do PCC levam uma vida de luxo, milhares de faccionados que vivem nas cadeias e as suas famílias têm uma vida pobre e miserável".
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