Furto de armas do Exército em Barueri completa 2 meses sem nenhuma prisão
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O furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri, na Grande São Paulo, completa dois meses nesta semana e até agora ninguém foi preso pelo sumiço do armamento. Criminosos abandonaram 10 armas no Rio de Janeiro e 9 em São Roque (SP). As duas restantes continuam desaparecidas.
As circunstâncias de como as metralhadoras acabaram dispensadas por supostos integrantes do CV (Comando Vermelho), facção do Rio de Janeiro, e do PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso nascido em São Paulo, não foram explicadas pelas polícias dos dois estados e tampouco pelo Exército.
Um IPM (Inquérito Policial Militar) apontou seis militares como suspeitos de envolvimento no furto. O Exército pediu a prisão preventiva deles, mas o MPM (Ministério Público Militar) considerou que não há indícios suficientes para decretar tal medida. A Justiça Militar teve o mesmo entendimento.
O crime aconteceu na primeira semana de setembro deste ano e só foi descoberto em 10 de outubro. O cabo Vagner da Silva Tandu, 23, foi apontado como o principal suspeito pelo furto das armas, como divulgou esta coluna.
Sem provas contra o cabo
Porém, tanto o MPM quanto a Justiça Militar afirmam que, por enquanto, não há nenhuma prova contra Tandu nem contra os outros cinco militares. O cabo era motorista do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, ex-diretor do arsenal. O oficial foi exonerado após o escândalo do sumiço do armamento.
Nas manhãs de terça-feira (31), e quarta-feira (1), tropas do Exército e da Polícia Militar realizaram diligências na Vila Galvão, em Guarulhos (SP), à procura das duas metralhadoras restantes. No segundo dia foram cumpridos mandados de busca e apreensão no endereço de Messias Barbosa de Pádua, 60, o Velho.
No endereço relacionado a ele foram apreendidos um notebook e um telefone celular. Na casa não havia nenhuma arma levada do Arsenal de Guerra. Velho e o comparsa Alexandre Cardoso, 41, o Gordo, são suspeitos de intermediar a venda do armamento.
As metralhadoras teriam sido oferecidas a um assaltante de bancos e carros-fortes da Favela de Paraisópolis, zona sul paulistana, ligado ao PCC. O criminoso, no entanto, se recusou em ficar com as armas por causa do péssimo estado de conservação.
A reportagem não conseguiu contato com os defensores de Messias Barbosa de Pádua e Alexandre Cardoso, — o texto será atualizado se houver manifestação.
O cabo Vagner da Silva Tandu é assistido juridicamente pela advogada Patrícia Aparecida Teixeira de Araújo Carvalho. Ela foi procurada ontem pela coluna, mas não quis falar com o UOL sob o argumento de que a reportagem divulgou o nome do suspeito e a foto dele, e também porque as investigações correm em segredo de Justiça.
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