PMs da Rota de SP matam suspeito no primeiro dia de operação em MS
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No primeiro dia de ação em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, em apoio ao combate à criminalidade na fronteira do Brasil com o Paraguai, agentes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo, mataram um homem em uma troca de tiros.
Segundo a versão policial, os militares da Rota faziam patrulhamento na rodovia MS-164, quando David Moisés Morinigo, 22, estava às margens da estrada e correu em direção à mata ao notar a presença dos PMs. Houve tentativa de abordagem e o suspeito passou a atirar contra os agentes, de acordo com a versão da polícia.
Sempre segundo a versão das autoridades, os PMs o seguiram e revidaram aos disparos. David foi atingido e morreu no local. O caso foi registrado na 1ª Delegacia da Polícia Civil de Ponta Porã, cidade brasileira colada a Pedro Juan Caballero, no lado paraguaio.
Ainda segundo os PMs, a área onde ocorreu o confronto foi preservada até a chegada de peritos da Polícia Científica. O episódio aconteceu no início da madrugada de ontem (8). David foi identificado à tarde por meio de impressões digitais.
Esta é a primeira vez que PMs da Rota atuam na região, distante 1.100 km da capital paulista. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apurou que David tinha passagens por furto, era olheiro do tráfico e morava na Vila Salgado Filho, em Ponta Porã.
Em entrevista à imprensa local, o tenente-coronel Edson Guardiano, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Ponta Porã, disse que "o confronto aconteceu em uma região onde geralmente ficam olheiros do tráfico de drogas e contrabandistas".
Ao menos 40 viaturas da Rota e do Comando de Choque de SP chegaram a Ponta Porã na manhã de segunda-feira (6). Os PMs de São Paulo se juntaram a outros 400 policiais de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A força de segurança ocupa as ruas da fronteira entre os dois países.
A Operação, batizada de SulMaSSP foi criada em março deste ano para atuar de forma coordenada e reforçar a repressão ao crime organizado nas áreas fronteiriças entre o Paraguai, a Bolívia e o Brasil. As metas principais da força-tarefa são combater o tráfico internacional de drogas e o contrabando.
O tenente-coronel Guardiano afirmou que não podia dar muitos detalhes sobre a operação e limitou-se a dizer que é uma parceria entre as secretarias estaduais de segurança para fortalecer as ações policiais conjuntas e trocar dados e conhecimentos de inteligência.
Combate ao PCC e CV
Em Mato Grosso do Sul, além da cidade de Ponta Porã, as tropas militares também atuarão em Corumbá, Ladário, Dourados, Amambai, Naviraí, Mundo Novo e Três Lagoas.
A presença de integrantes de facções criminosas do Brasil na fronteira há anos preocupa as autoridades locais. O PCC (Primeiro Comando da Capital), criado em São Paulo, e o CV (Comando Vermelho), do Rio, brigam pela hegemonia do tráfico de drogas na região.
O Paraguai é o maior fornecedor de maconha às organizações criminosas brasileiras. Já a cocaína vem da Bolívia —e também da Colômbia e Peru— e segue para as regiões portuárias do país, onde grandes carregamentos são enviados para a Europa, por navios, misturados à carga lícita.
O PCC é considerado pelas autoridades como o maior fornecedor de cocaína para os países europeus. Toneladas de drogas saem mensalmente dos portos de Santos (SP), Paranaguá (Paraná), Itajaí (Santa Catariana), Salvador (Bahia), Fortaleza (Ceará) e Suape (Pernambuco) com destino ao Velho Continente.
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