Josmar Jozino

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Suspeitos de matar soldado Sabrina queriam roubar uma adega, diz polícia

Carlos Daniel da Cruz Andrade, o Nego, e Lucas da Conceição, o Pepa, ambos de 18 anos, se encontraram em um bar de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, na noite do último dia 18. Segundo a Polícia Civil, os dois combinaram de roubar uma adega na região.

Eles saíram em uma motocicleta, mas no meio do caminho mudaram de ideia, ao avistar uma mulher sozinha pilotando uma moto, na Estrada Ecoturística, no mesmo bairro. A dupla decidiu atacá-la, conforme a versão de policiais.

A vítima era a soldado Sabrina Freire Romão Franklin, de 30 anos. Ela percebeu que seria assaltada, tentou escapar do cerco, mas caiu da moto e foi morta a tiros. A policial militar foi alvejada quando estava no chão. Câmeras de segurança registraram o latrocínio —roubo seguido de morte.

A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias de Nego e Pepa, apontados como suspeitos de ter cometido o crime. O primeiro se entregou ontem (24) à Polícia Civil na presença de um advogado, cujo nome não foi revelado. O comparsa dele acabou preso na região onde aconteceu o crime.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Carlos Daniel da Cruz Andrade e Lucas da Conceição. O espaço continua aberto caso se manifestem.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Segurança Pública de SP, disse que a dupla tem passagens por roubos e faz parte de uma quadrilha de ladrões de motos da zona sul. O policial afirmou que, em depoimento, um preso acusou o outro pelo crime.

Sabrina trabalhava na 3ª Companhia do 22º Batalhão. Tinha ingressado na Polícia Militar havia dois anos. Ela estava de folga quando foi atacada. Um grupo de mulheres que estava em um ponto de ônibus viu a cena e correu com medo.

Depois dos disparos, o atirador subiu na moto do comparsa. Eles andaram com o veículo por poucos metros, mas retornaram. Como não conseguiu levar a motocicleta da vítima, roubou a arma que estava com ela.

O secretário estadual da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, anunciou, na tarde de ontem, a prisão da dupla e reafirmou que "nenhum ataque a policiais ficará impune no estado de São Paulo". Outros dois suspeitos tinham sido detidos, mas foram liberados.

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Terceira PM assassinada em São Paulo

A soldado Sabrina é a terceira policial militar assassinada por criminosos na história, em São Paulo. As outras duas mulheres foram vítimas do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A cabo Marta Umbelina da Silva, 44, foi a primeira delas. Morreu na frente da filha de 11 anos, após levar 10 tiros nas costas disparados por assassinos do PCC. O crime aconteceu em 3 de novembro de 2012, na Brasilândia, zona norte da capital. Ela estava de folga.

No dia em que Marta foi morta, a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) tinha em mãos uma lista com os nomes de outros 92 policiais militares assassinados pelo PCC. Naquele ano, a organização matou 106 PMs no estado, como divulgou esta coluna em 6 de janeiro de 2022.

A outra vítima do PCC foi a soldado Juliane dos Santos Duarte, de 27 anos. No dia 2 de agosto de 2018, também de folga, ela tinha ido à favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, para comemorar o aniversário do filho de um casal de amigos.

À noite, Juliane e uma amiga decidiram ir a um bar. Criminosos ligados à facção criminosa frequentavam o mesmo estabelecimento e descobriram que ela era policial militar. A soldado foi sequestrada. Os assassinos levaram-na para um cativeiro.

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Juliane foi torturada e depois morta a tiros. Centenas de policiais civis e militares foram mobilizados para tentar localizá-la. O corpo foi encontrado quatro dias depois, em um carro abandonado no bairro de Campo Grande. A soldado levou dois tiros na virilha e um na cabeça.

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