Baixada Santista tem soldado da Operação Escudo baleado e PM, espancado
Um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) foi baleado em serviço na tarde desta sexta-feira em Santos e outro PM foi sequestrado, espancado e roubado na Praia Grande, Baixada Santista. A Polícia Civil investiga se o PCC (Primeiro Comando da Capital) está por trás dessas ações.
As suspeitas são de que a facção criminosa está atacando policiais militares em represália à Operação Escudo, que deixou 28 pessoas mortas no ano passado na Baixada Santista após o assassinato do PM da Rota Patrick Bastos Reis, 30, morto a tiros em serviço em 27 de julho de 2023 no Guarujá.
Por volta das 17h30, o soldado Samuel Wesley Cosmo, integrante da viatura de Rota 91323 foi ferido com tiro no olho quando fazia patrulhamento na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube. O PM foi levado para a Santa Casa do município e estava em estado gravíssimo.
Cosmo atuou na Operação escudo e, na noite de 27 de julho do ano passado, se envolveu numa ocorrência na Comunidade da Prainha. Ele e a equipe de Rota faziam patrulhamento e disseram ter trocado tiros com três suspeitos, sendo que um deles foi alvejado e dominado e os outros dois fugiram.
Na noite desta sexta, a SSP informou por meio de nota que uma nova Operação escudo foi iniciada na Baixada Santista, visando a identificação e prisão dos suspeitos que atiraram no soldado da Rota.
O ouvidor da Polícia Militar de São Paulo, Cláudio da Silva, decidiu na noite desta sexta ir para Santos, acompanhar a ação da polícia.
Na madrugada desta sexta-feira, um PM do 45º Batalhão do Interior (Praia Grande) foi sequestrado e espancado na Vila Mirim. Ele sofreu fraturas no nariz e continua internado em um hospital da região. Os criminosos roubaram a municão da pistola .40 dele e devolveram a arma.
Segundo a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública), o PM, que atuava na Operação Verão, tinha ido a uma festa no bairro Ribeirópolis e pediu um carro de aplicativo. O motorista o levou para um endereço diferente e, ao desembarcar, o militar foi abordado por cinco homens.
O PM evou chutes e socos e chegou a desmaiar. Quando acordou, a arma dele estava sem munição. O telefone celular havia sumido. Os criminosos o ameaçaram de morte e exigiram que ele corresse. O PM pediu ajuda a um motoboy e acabou socorrido em um hospital da região.
A SSP informou que durante diligências, policiais prenderam um suspeito, de 29 anos. Ele foi encaminhado ao 3º Distrito Policial de Praia Grande, que investiga o caso.
Gêmeos presos
Policiais civis de Santos prenderam na quinta-feira (1º/2) os gêmeos Danilo e Diego do Nascimento da Silva, 18, investigados por suspeita de envolvimento na morte do soldado Marcelo Augusto da Silva, assassinado a tiros no último dia 18 em Cubatão.
Segundo o delegado seccional de Santos, Rubens Eduardo Barazal, os gêmeos são integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista, eram procurados pela polícia e têm diversos antecedentes por roubos e tentativa de homicídio.
Barazal afirmou que Danilo confessou a participação no crime contra o policial e contou à polícia que ele e três comparsas queriam roubar a moto do soldado, atacado na rodovia Anchieta-Imigrantes. Danilo admitiu que a vítima foi baleada porque era policial.
Danilo acrescentou, segundo o delegado, que um parceiro que o levava na garupa atirou primeiro no PM e depois, quando o soldado já estava ferido, o mesmo atirador tirou o capacete de Marcelo e o baleou mais três vezes no rosto. A arma do soldado foi roubada.
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Quero receberMarcelo era lotado no 38º Batalhão, zona leste paulistana e trabalhava na Operação Verão, em Praia Grande. Ele voltava para a casa, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, por volta das 2h30, quando foi baleado, e pilotava uma mota Honda NX Falcon. A arma dele não foi encontrada.
No último dia 18, a soldado Sabrina Freire Romão Franklin, 30, foi morta a tiros durante assalto em Parelheiros, zona sul paulistana. Ela estava de folga e foi atacada por assaltantes. Os criminosos queriam roubar a moto dela. Dois suspeitos foram detidos e tiveram a prisão de 30 dias decretada pela Justiça.
Na semana passada, ao anunciar a prisão de dois suspeitos de envolvimento no assassinato da soldado Sabrina, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, havia ressaltado que nenhum ataque a policial em São Paulo ficaria impune.
Ele reafirmou também que toda vez que um policial for hostilizado no estado de são Paulo, seja em qual local for, a "SSP vai desencadear uma Operação Saturação para dar a devida resposta ao crime, especialmente ao crime organizado".
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