Motorista do Porsche aparentava estar embriagado, diz testemunha à policia
Uma recepcionista de 37 anos contou à polícia que Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, condutor do Porsche que colidiu contra um Sandero e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, em São Paulo, aparentava estar embriagado.
A testemunha foi ouvida ontem (2) no 30º Distrito Policial (Tatuapé) e disse ao delegado Nelson Vinícius Alves que o condutor do Porsche, além de aparentar sinais de embriaguez, estava cambaleando, tinha a voz pastosa, não sabia dizer o que estava ocorrendo e nem dizer o próprio nome.
Ainda segundo a testemunha, Fernando estava no carro com um passageiro e logo após o acidente chegaram duas garotas, uma delas dizendo que era namorada do motorista do Porsche. Minutos depois chegou outra mulher nervosa e alterada, que ela soube posteriormente que era a mãe do motorista.
A recepcionista acrescentou que, em nenhum momento, Fernando ou as pessoas ligadas a ele prestaram socorro ou qualquer tipo de atenção à vítima do Renault Sandero. Ela revelou ainda que o motorista do Porsche tentou deixar o local antes da chegada do resgate, mas foi impedido por populares.
A testemunha explicou que, por volta das 2h25 de domingo, trafegava na avenida Salim Farah Maluf, sentido Maginal Tietê, no veículo de um amigo. A irmã dela também estava no carro. A recepcionista comentou: "Ele vai bater. Segundos depois avistou o acidente".
Eles tentaram ajudar o motorista do Sandero. O amigo dela telefonou para o 190 da Polícia Militar. A recepcionista afirmou também que um outro rapaz chegou em seguida e ligou para o resgate. Essa última testemunha também foi ouvida pela Polícia.
O rapaz, de 26 anos, não soube dizer se Fernando estava ou aparentava estar embriagado. Ele ouviu populares comentando que o condutor do Porsche queria ir embora do local do acidente. A testemunha afirmou que o Porsche era ocupado por duas pessoas e ultrapassou o carro dele em alta velocidade.
Em depoimento à polícia, Fernando negou ter consumido bebidas alcoólicas antes de dirigir, mas admitiu que estava acima da velocidade. Ele alegou que que desmaiou após a colisão ocorrida na avenida Salim Farah Maluf, zona leste da capital paulista.
"Vi a luz de freio de um veículo à frente acender, tentei desviar e depois apaguei', relatou. Após retomar a consciência, Fernando afirmou que estava deitado em via pública e chegou a perguntar sobre o amigo, desmaiando novamente em seguida.
Ele negou também ter fugido e acrescentou que foi retirado do local do acidente por sua mãe com autorização dos PMs. Ressaltou que sentia "muitas dores", mas não especificou onde. Ao deixar o local, o condutor foi levado direto para a sua casa.
Em nota, a defesa de Fernando já havia negado fuga do local do crime. Os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos.
"Todas as circunstâncias do acidente serão devidamente apuradas no curso da investigação, com a mais ampla colaboração de Fernando", diz a nota enviada pela defesa.
Segundo a Polícia Civil, Fernando foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar), lesão corporal e fuga de local de acidente. A mãe dele pode ser indiciada por fraude processual, já que foi embora com o filho sem que ele fizesse exames para constatar se havia ou não ingerido álcool.
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