Josmar Jozino

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Reportagem

Líderes do PCC eram acionistas de empresa de ônibus alvo de ação, diz MP

A Polícia Militar e o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) prenderam três acionistas e um contador de empresas de ônibus criadas com dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) e alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada na manhã desta terça-feira (9).

Foram presos:

  • Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, presidente da Transwolff
  • Robson Flares Lopes Pontes, acionista da empresa.
  • Joelson Santos da Silva, contador.
Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, presidente da Transwolff
Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, presidente da Transwolff Imagem: Reprodução

Já o traficante de drogas Sílvio Luíz Ferreira, 44, o Cebola, acionista da UPBus, continua foragido.

Elio Rodrigues dos Santos, também ligado à viação Transwolff, foi preso em flagrante por porte de arma. Robson é irmão de Gilberto Flares Lopes Pontes, o Tobé, morto pelo tribunal do crime do PCC em agosto de 2021 e responsável pelas finanças da organização criminosa.

A Justiça expediu 52 mandados de busca e apreensão, além dos quatro de prisões preventivas, e decretou o bloqueio de R$ 684 milhões em bens dos suspeitos. Desse total, R$ 596 milhões são da Transwolff e outros R$ 88 milhões da UPBus.

Foram sequestrados bens de 28 empresas e de 16 pessoas, incluindo 43 imóveis, aeronaves, lanchas e jet-skis.

Preso com quase meia tonelada de maconha em 2012

Cebola é um dos principais integrantes do PCC e apontado pela polícia como dono de ao menos 56 ônibus e investiu R$ 247 mil em ações da UPBus . Em junho de 2012, ele foi preso por PMs na empresa com quase meia tonelada de maconha.

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Ele também foi acusado, junto com outros 19 réus, de movimentar R$ 1 bilhão provenientes do tráfico de drogas do PCC, entre janeiro de 2018 a julho de 2019, mas acabou absolvido pela Justiça.

A UPBus havia sido alvo de uma operação do Denarc (Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcótico) de São Paulo, em junho de 2022. Segundo a Polícia Civil, a empresa era de Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta.

Cara Preta foi assassinado a tiros em dezembro de 2021, no Tatuapé, zona leste paulistana, junto com o sócio e motorista Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue.

Dias depois foi morto na Vila Matilde, zona leste, Cláudio Marcos de Almeida, 50, o Django. Segundo o Denarc, Django, Cebola, Cara Preta, Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, Alexandre Salles Brito, o Buiu, todos do alto escalão do PCC, além de seus respectivos parentes, aparecem como acionistas da UPBus.

Décio Português saiu pela porta da frente da penitenciária federal de Mossoró em novembro do ano passado. Ele é acusado de ter investido R$ 618 mil em ações na UPBus. Django investiu R$ 1.236.000; Buiu, processado por tráfico, investiu R$ 123 mil e uma parente dele, mais R$ 247 mil.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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