Josmar Jozino

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Joias podem ter sido a 'isca' para localizar empresário morto em aeroporto

Uma caixa contendo R$ 1 milhão em joias trazidas de Maceió pelo empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, pode ter sido usada como "isca" para apontar a localização precisa dele no retorno da viagem no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última sexta-feira (8).

Fontes próximas ao empresário disseram que na caixa de joias poderia ter um identificador de localização, uma espécie de GPS, porque o carro ocupado pelos atiradores estava posicionado bem em frente à faixa de pedestres onde a vítima caminhava carregando uma mala.

A caixa de joias foi apreendida e lacrada e ainda vai passar por perícia. O estojo foi entregue à Polícia Civil pela namorada de Vinícius quando ela se apresentou à delegacia horas após o assassinato. No momento do crime, Maria Helena Paiva Antunes saiu às pressas com sua bagagem e pertences sob a escolta de um PM que trabalhava para o empresário.

As mesmas fontes disseram à reportagem que Vinícius, quando estava na praia de São Miguel dos Milagres (AL), comentou com a namorada ter visto um homem parecido com uma pessoa que havia o ameaçado de morte em São Paulo.

Poucos minutos depois o empresário recebeu uma ligação de um homem que lhe devia R$ 6 milhões e outros R$ 70 milhões para Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, assassinado a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé. Gritzbach foi processado como mandante da morte dele.

O autor da ligação disse a Vinícius que iria pagar parte da dívida em joias e em seguida forneceu a ele o endereço de um restaurante e o nome de um homem que entregaria as peças. O local era um restaurante famoso na orla da praia de São Miguel dos Milagres.

Na terça-feira (5), por volta de 19h30, o motorista e amigo de Vinícius, Danilo Lima Silva, 35, e o soldado militar Samuel Tillvitz da Luz, 29, um dos cinco escoltas contratados pelo empresário, foram buscar a encomenda, mas sem saber qual era o conteúdo, como disseram em depoimento à polícia.

Bilhete é uma das pistas

Depois de ter sido baleado no aeroporto, os pertences de Vinícius foram entregues para um conhecido dele. Em uma das bolsas foi encontrado um pedaço de papel contendo os nomes de um homem e um número de telefone com DDD 082, código de Maceió. A principal suspeita é que o nome que consta no bilhete seja do homem que encontrou com Vinícius no restaurante em São Miguel dos Milagres.

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O celular de Vinícius foi apreendido pela polícia. O aparelho vai ser analisado minuciosamente e a perícia deverá apontar o número do aparelho e demais dados de quem ligou para Vinícius. Até ligações feitas do exterior não são descartadas.

O IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Científica de São Paulo também periciou as armas encontradas perto do Gol preto usado pelos atiradores e concluiu que partiram delas os projéteis que mataram o empresário.

A força-tarefa que investiga o assassinato de Vinícius tem imagens dos atiradores com os rostos descobertos. Eles foram flagrados por câmeras de segurança abandonando o Gol preto. Até ontem, porém, os criminosos não haviam sido identificados.

Assassinato aconteceu no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos

Vinícius Gritzbach foi assassinado com tiros de fuzis no terminal 2, minutos depois de pegar a bagagem na esteira do aeroporto com a namorada Maria Helena Paiva Antunes, 29. Um gol preto estava estacionado na calçada perto da faixa de pedestres.

Assim que Vinícius teve acesso à parte externa do terminal, dois homens desceram do Gol e dispararam 29 vezes contra ele. Dez tiros foram certeiros. Ele morreu na hora. O motorista de aplicativos Celso Araújo de Sampaio Novais, 41, foi ferido nas costas e morreu um dia depois.

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O empresário delatou integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e também um delegado, um chefe dos investigadores e um investigador do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Os dois primeiros foram acusados por Vinícius de lhe pedir R$ 40 milhões para tirar o nome dele do inquérito que apura a morte de Cara Preta.

O terceiro policial ficou - segundo o delator - com sete relógios de luxo avaliados em R$ 714 mil, de um lote de 20 que foram apreendidos pelo delegado e o chefe dos investigadores no dia da prisão dele, como divulgou esta coluna ontem.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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