Josmar Jozino

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Reportagem

PM que arremessou jovem de ponte durante abordagem é preso em SP

A Justiça Militar de São Paulo decretou a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, 29, flagrado na madrugada de segunda-feira (2) jogando um jovem de uma ponte durante abordagem em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo. O soldado foi detido e será levado para o presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.

Na terça-feira (3), Luan Felipe e outros 12 policiais militares foram afastados do serviço e levados à Corregedoria da Polícia Militar.

O juiz entendeu que a prisão preventiva se fez necessária para proteger a vítima. Além disso, o magistrado entendeu que gravidade dos crimes e a repercussão negativa da conduta do policial exigem a prisão preventiva para garantir a disciplina e a imagem da Polícia Militar, demonstrando que atos como esse não serão tolerados.

O PM está sendo investigado por três crimes: lesão corporal dolosa; violência arbitrária e prevaricação, por não informar no registro policial o arremesso do corpo da vítima.

O crime de tentativa de homicídio doloso foi descartado por ora, já que o juiz entendeu que é prematuro concluir a intenção de matar do policial e quer aguardar a perícia.

O que aconteceu

O jovem Marcelo do Amaral, 25, foi abordado após perseguição da Rocam. Segundo registro policial, ele conduzia moto sem placa e, após ser abordado em Diadema, no ABC, foi perseguido por cerca de 2 km.

Momento em que a vítima é arremessada foi gravado por testemunha. Nas imagens às quais o UOL teve acesso, é possível ver que ao menos quatro policiais estão na cena da ocorrência.

A ocorrência omitiu que ele foi jogado da ponte após ser interceptado. O vídeo também mostra policiais da Ronda Ostensiva manejando a moto dele antes de ele ser jogado da ponte.

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Testemunhas ouvidas pelo UOL dizem que cerca de 15 pessoas se aproximaram para socorrê-lo após ter sido jogado no córrego. "Mas os policiais não deixaram. Eles mandaram todo mundo sair", disse um dos moradores.

Marcelo sobreviveu à queda. Após sair do córrego, ele aparentava estar 'desnorteado' e foi socorrido por um amigo, que o levou a um hospital em outra moto, segundo o relato das testemunhas.

Pai de Marcelo classificou de inadmissível a atitude do policial militar. Em entrevista à TV Globo, Antônio Donizete do Amaral disse que o filho é trabalhador e "nunca se envolveu com nada errado". O rapaz está traumatizado, disse Donizete, acrescentando que gostaria de receber uma explicação do agente. "A PM esta aí para fazer a defesa da população e não para fazer o que fez com meu filho."

A reportagem telefonou várias vezes para a defesa do soldado Felipe, no final da tarde e no início da noite de ontem, mas não conseguiu contato. O espaço continua aberto para os advogados do PM. O texto será atualizado se houver manifestação.

Ouvidoria pediu punição exemplar

Ouvidor diz que pediu afastamento e punições. Em nota, Claudio Silva afirmou que medidas, porém, não têm se mostrado eficazes contra violência policial. Ele disse que a secretaria de segurança legitima "política de morte e vingança".

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Policiais foram punidos com trabalho administrativo. Segundo o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, eles ficarão afastados das ruas até a conclusão das investigações.

Derrite exaltou a PM em nota que repudia ato de violência dos policiais afastados. Em publicação nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais".

Reportagem

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