Topo

Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Eleições 2022: Bolsonaro quer lançar a deputado assessor que foi do Bope

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Isac Nóbrega /  PR
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Isac Nóbrega / PR

Colunista do UOL

25/04/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Em meio ao conturbado cenário político nacional, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue fazendo planos para a corrida eleitoral de 2022. Na sua lista pessoal de candidatos a deputado federal, o presidente já tem mais um nome certo: seu assessor especial Max Guilherme Machado de Moura. A ideia é que Moura dispute uma vaga pelo Rio de Janeiro e deve se filiar ao partido que Bolsonaro escolher. Nos últimos dias, cresceram as chances da escolha pelo Patriota.

Max é sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro e chegou a integrar o Bope. Ele também é próximo da família Bolsonaro há anos e, sobretudo depois do atentado sofrido pelo presidente, reforçou a sua segurança, ainda em 2018. Com a posse, se tornou assessor especial do gabinete presidencial. Ele tem um salário de R$ 8.174,03 e ocupa um imóvel funcional.

Faz-tudo de Bolsonaro

Ao lado de Bolsonaro quase todos os dias, Moura faz um pouco de tudo. É segurança, mas grava vídeos e também atua na divulgação de memes e ataques a adversários do presidente em coordenação com os outros assessores do chamado "gabinete do ódio". Moura passou férias em fevereiro junto com Bolsonaro em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, quando foram gastos R$ 2,3 milhões.

Em março, o assessor ainda integrou a comitiva do governo federal que foi a Israel, de jatinho da FAB, para ver o spray nasal contra a covid-19 que está em testes naquele país. Após as críticas, o governo divulgou que era uma viagem para compartilhar tecnologia em várias áreas contra a covid.

Ele também entrou no rol de investigados pela Polícia Federal no ano passado no inquérito dos atos democráticos. O jornal Folha de S. Paulo mostrou em outubro do ano passado que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e outros assessores do presidente foram questionados sobre a atuação e o papel de Max nos episódios que pediram o fechamento do Congresso Nacional e do STF. O caso segue em apuração.

Candidato do 'Gabinete do Ódio'

A coluna mostrou em fevereiro que Bolsonaro também quer lançar como candidato Tércio Arnaud Thomaz, assessor especial da presidência da República e conhecido por integrar o chamado "gabinete do ódio". Ele também é investigado pela PF e teve páginas e perfis barrados pelo Facebook e Instagram no ano passado.

Tércio é de Campina Grande, na Paraíba, e a ideia é que ele dispute uma vaga por seu estado. Ele estreou um perfil oficial no Twitter em janeiro deste ano. Com a vitória na eleição de 2018, ele também foi um dos primeiros a ser nomeados como assessor especial da Presidência com um salário de R$ 13,6 mil.

Foi Carlos Bolsonaro quem o descobriu entre 2013 e 2014. Ele conquistou a proximidade junto ao clã Bolsonaro quando criou a página "Bolsonaro Opressor" no Facebook. Ele a usava para atacar, por meio de memes, os adversários do então deputado federal, além de elogios a Bolsonaro. Ele também usou a página para atacar a vereadora Marielle Franco.