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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Renan vai pedir convocação de ex-cunhada de Bolsonaro na CPI da Covid

Colunista do UOL

05/07/2021 12h47

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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) informou à coluna que vai solicitar a convocação de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para que ela preste depoimento à CPI da Covid no Senado. A coluna revelou hoje gravações de Andrea que indicam um envolvimento direto do presidente em um esquema ilegal de entrega de salários de assessores na época em que ele era deputado federal.

"É fundamental a CPI convocar Andrea Valle, ex-cunhada de Bolsonaro. Ela pode explicar se houve espelhamento do esquema das rachadinhas no governo federal. Como se sabe Carlos Bolsonaro é peça fundamental no ministério paralelo e Flávio Bolsonaro um influente filtro de indicações", disse o senador.

Segundo Renan Calheiros, é importante que Andrea esclareça fatos e a citação de militares feita por ela.

"A oitiva dela não é para incriminar, mas para esclarecer fatos relacionados à presença dessas pessoas no governo. Ela cita um coronel. São muitos os indícios e testemunhos da participação de militares em irregularidades com as vacinas Covaxin e AstraZeneca", disse Renan.

Ex-cunhado demitido

Em uma das gravações, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle afirma que Bolsonaro demitiu o irmão dela porque ele se recusou a devolver a maior parte do salário como assessor.

"O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: 'Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'.

Em outra gravação, a ex-cunhada do presidente diz que um coronel da reserva do Exército, ex-colega do presidente na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), atuou no recolhimento de salários dela, no período em que constava como assessora do antigo gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Procurado pela coluna, o advogado Frederick Wassef afirmou que o presidente Jair Bolsonaro jamais cometeu tais ilegalidades.