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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Um ano após o fim da prisão, Queiroz se filia ao PTB e vai disputar eleição

Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro posam juntos em vídeo publicado por ex-assessor - Reprodução
Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro posam juntos em vídeo publicado por ex-assessor Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

31/03/2022 08h34

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Fabrício Queiroz, subtenente da reserva da PM-RJ e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), se filiou na quarta-feira (30) ao PTB, partido de Roberto Jefferson. É mais um passo na tentativa dele de disputar uma vaga a deputado federal na eleição de 2022, conforme a coluna revelou no ano passado. Nos bastidores, há quem defenda que ele dispute uma vaga na Alerj.

No momento da filiação, estava presente Lilian Sá, presidente estadual do PTB Mulher. Queiroz, mais confiante até que os líderes do centrão, enviou uma mensagem à coluna dizendo que acredita que Jair Bolsonaro será reeleito em primeiro turno. "Sigo com meus posicionamentos nacionalistas e conservadores com total alinhamento ao nosso presidente, que ganhará as eleições no primeiro turno", afirmou Queiroz. A dúvida agora é se ele terá apoio da família Bolsonaro na campanha.

Há um ano, Queiroz deixava a prisão domiciliar após uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele foi preso em 18 de junho de 2020 em um sítio que pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Wassef alegava, à época, não saber onde Queiroz estava. Depois da operação, alegou que o ajudou no tratamento médico.

Queiroz foi apontado pelo Ministério Público do Rio como o operador do esquema ilegal que existia no antigo gabinete de Flávio na Alerj. Segundo a investigação, era Queiroz quem recolhia o salário dos assessores. Na denúncia oferecida, em outubro de 2020, os promotores apontaram que foram desviados R$ 6,1 milhões da Alerj. Desse total, R$ 2,1 milhões, oriundos das devoluções de salários de um grupo de 12 assessores, passaram nas contas de Queiroz por depósitos ou transferências.

Quando o MP pediu a prisão de Queiroz, em junho de 2020, esses valores foram apresentados pelos promotores ao juiz Flávio Itabaiana como parte das provas obtidas a partir dos dados da quebra de sigilo bancária dele.

Também foi apontado um depósito de R$ 25 mil na conta de Fernanda Bolsonaro, mulher do senador, que ajudou ela a quitar um apartamento. Ainda, foram descritos os pagamentos de dois boletos, no total de R$ 6,9 mil, pagos em espécie por Queiroz para quitar mensalidades da escola das filhas de Flávio. Além dos dados financeiros, no último caso, foram identificadas imagens do momento desses pagamentos.

Depois da prisão, Queiroz ficou um mês em Bangu até obter o benefício da prisão domiciliar em julho de 2020. Depois disso, ele foi monitorado por tornozeleira eletrônica. Márcia, depois de ficar mais de um mês foragida da Justiça, também obteve um habeas corpus e ficou com o marido na residência da família também com tornozeleira. Os dois cumpriram a medida em um apartamento na Taquara, na Zona Oeste do Rio, por oito meses.