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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Defesa diz que minuta sobre eleição não foi escrita por Anderson Torres

Jair Bolsonaro e o seu então ministro da Justiça Anderson Torres, durante lançamento de programa federal - Alan Santos/ PR
Jair Bolsonaro e o seu então ministro da Justiça Anderson Torres, durante lançamento de programa federal Imagem: Alan Santos/ PR

Colunista do UOL

12/01/2023 16h18Atualizada em 15/01/2023 16h42

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O advogado Rodrigo Roca, que atua na defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres informou à coluna que o documento encontrado na casa de Torres não foi escrito por ele.

"Não é de autoria do ex-ministro. Todos os dias tinha alguém que procurava propondo golpe, estado de sítio. Isso nunca foi levado ao presidente (Jair Bolsonaro). A maior prova é que isso foi encontrado na casa dele", afirmou Roca.

Segundo o advogado, a perícia irá comprovar que não foi Torres que fez a proposta de decreto. Roca disse que até ele, no período em que estava trabalhando no Ministério da Justiça, recebeu indicações de documentos semelhantes. Ele, porém, diz que ignorou todos os pedidos. No ano passado, Roca atuou como Secretário Nacional do Consumidor (Senacon). O advogado não informou à coluna quem seriam as pessoas que entregavam esses documentos a ele ou a Anderson Torres.

A Folha revelou nesta quinta-feira (12) que, durante a operação de busca e apreensão nesta semana, a Polícia Federal encontrou na residência de Torres, uma minuta de decreto para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo o jornal, o documento foi encontrado no armário do ex-ministro.

Rodrigo Roca atuou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e, agora, está liderando um grupo de onze advogados que vão atuar na defesa de Anderson Torres.

Roca informou que a defesa apresentou uma petição ao STF (Supremo Tribunal Federal) relatando uma defesa inicial contra o seu pedido de prisão.Torres está em Orlando, nos EUA, onde chegou no último sábado (7).

No domingo, enquanto terroristas bolsonaristas atacavam os prédios da Praça dos Três Poderes, Torres negou ter se encontrado com Bolsonaro e disse que estava de férias em uma viagem de família programada há meses antes. Segundo a defesa de Torres, as passagens para os EUA foram emitidas em 21 de novembro do ano passado quando a ida de Bolsonaro aos EUA não era cogitada.