Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Agência russa de notícias Sputnik fecha as portas no Brasil
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A agência russa de notícias Sputnik fechou o escritório no Rio de Janeiro nos últimos dias. A coluna apurou que 20 jornalistas foram demitidos. A justificativa dada pelo responsável russo aos profissionais é que não há mais como depositar dinheiro na conta da Sputnik Brasil.
O Brasil não aderiu a nenhuma sanção contra a Rússia, ao menos oficialmente, mas há um ano, quando a agência foi censurada em alguns países da União Europeia, pelo menos cinco jornalistas brasileiros que trabalhavam em Portugal ficaram sem receber dois meses de salários, porque bancos portugueses retiveram o dinheiro enviado pela agência estatal russa.
O dinheiro foi mandado antes do anúncio, pela União Europeia, de sanções como o bloqueio no sistema bancário Swift. Como o Brasil não aderiu a esta sanção, a Sputnik Brasil tentou transferir os salários para as contas brasileiras dos jornalistas.
Ao menos dois jornalistas tiveram seus salários devolvidos pelo Itaú. Outra brasileira conseguiu recebê los pelo Banco do Brasil, mas, dias depois, recebeu um email da instituição pública informando que aquela transação bancária não deveria ter sido concluída.
O fechamento do escritório da Sputnik Brasil no Rio ocorre um ano após o início da censura ao conteúdo produzido por jornalistas brasileiros em Portugal.
Ex-correspondente estrangeiro pela Sputnik Brasil em Lisboa, o jornalista brasileiro Lauro Neto teve 160 reportagens retiradas do ar, sendo que nenhuma delas tratava sobre guerra, Ucrânia ou Rússia. As matérias falavam das relações entre Brasil, Portugal e União Europeia. Muitas delas denunciavam xenofobia, racismo e violência contra brasileiros e outros imigrantes.
Por duas vezes, Lauro Neto, de volta ao Brasil, questionou o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a respeito da censura. Na última ocasião, durante a posse do presidente Lula, em Brasília, o jornalista o questionou sobre a medida antidemocrática que contraria a Constituição de Portugal.
"Ele respondeu, sempre sorrindo, que continua investigando [a censura], mas sem nada fazer de concreto. É mais um político populista que prega a democracia só no discurso, mas ameaça dissolver o Parlamento português mais uma vez, em pouco mais de um ano", critica Lauro Neto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.