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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Investigações da PF mexem no clima para instalação da CPI do 8 de janeiro

Manifestantes em protesto golpista em Brasília em 8 de janeiro, fato que vem sendo usado como pretexto para endurecer a lei contra o terrorismo - Pedro Ladeira/Folhapress
Manifestantes em protesto golpista em Brasília em 8 de janeiro, fato que vem sendo usado como pretexto para endurecer a lei contra o terrorismo Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

15/05/2023 16h44Atualizada em 15/05/2023 20h59

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As investigações e operações da PF (Polícia Federal) nas últimas semanas influenciaram no clima para a instalação da CPI mista dos atos golpistas e pode ser que a comissão não seja instalada essa semana. Metade das vagas ainda não foi preenchida até agora por falta de indicação dos partidos. Ao todo, são 32 vagas.

Governistas afirmam que integrantes da oposição deixaram de cobrar o início dos trabalhos e preferem aguardar os desdobramentos recentes em razão das investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e até a ex-primeira-dama Michelle. Ao mesmo tempo, a oposição também prefere dar início à CPI do MST antes. No entanto, o líder do PL, deputado federal Altineu Cortes (PL-RJ), negou qualquer tentativa de desacelerar a CPI e disse que o partido irá cobrar a instalação essa semana.

A oposição defendeu a criação da CPI para trazer o governo para o centro das investigações depois que foi revelado o vídeo do ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias andando pelo corredor do Palácio do Planalto e, minutos depois, acompanhado de invasores e indicando o local para as escadas do prédio. Em depoimento à PF, o ministro alegou que fazia "gerenciamento de crise" e, por isso, não prendeu os invasores.

O objetivo dos bolsonaristas é tentar "mudar a narrativa" sobre o 8 de janeiro. Internamente, integrantes do PL admitem que o vandalismo gerou muito desgaste e que o vídeo do general permitiu à oposição dividir responsabilidades sobre o episódio.

O governo, por outro lado, se prepara para apresentar na CPI toda a linha de investigação que já é conduzida pela PF. A minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, além de outras provas que apontam para Bolsonaro e seus aliados como os responsáveis por estimular o ataque aos prédios da Praça dos Três Poderes em janeiro. Os áudios encontrados no celular do ex-major Aílton Barros também deram outro ânimo aos governistas.