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Kennedy Alencar

REPORTAGEM

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Lula quer que PT apoie PSB no RS, ES e SC para ter França com Haddad em SP

Colunista do UOL

31/05/2022 11h45Atualizada em 31/05/2022 13h37

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O ex-presidente Lula tenta desatar os nós de uma aliança PT-PSB em cinco estados. Ele quer que os petistas apoiem candidatos a governador do PSB no Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em troca, gostaria de acertar de vez o apoio do PSB e de Márcio França a Fernando Haddad, pré-candidato do PT ao governo paulista.

Lula e seu futuro candidato a vice, Geraldo Alckmin, marcaram reunião na manhã de hoje em São Paulo com os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PSB, Carlos Siqueira.

A ideia é que Alckmin e Siqueira consigam convencer França a deixar a pré-candidatura dele ao governo paulista e embarcar na canoa de Haddad. Para tanto, Lula avalia que seriam necessários gestos políticos fortes do PT em três Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo) e uma costura delicada ainda a ser feita no Rio de Janeiro.

No Rio Grande do Sul, Lula e alguns petistas da cúpula do partido creem que o deputado estadual Edegar Pretto deveria desistir de sua pré-candidatura ao governo para apoiar o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB). Lula e Alckmin visitam o estado amanhã.

A briga política tende a ser dura para os aliados de Lula no Rio Grande do Sul. O ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que até agora não conseguiu emplacar seu projeto nacional, pode voltar à disputa estadual. Nesse caso, seria franco favorito. A disputa das demais forças no Estado seria para ver quem acabaria derrotado por Leite.

A viagem a Santa Catarina, que aconteceria amanhã e quinta, foi adiada por divergências entre PT e PSB. Lula defende que os petistas abram mão da candidatura do ex-deputado Décio Lima em apoio à do senador Dario Berger, que trocou o MDB pelo PSB para disputar o governo do Estado.

No Espírito Santo, a cúpula do PT avalia que vale a pena apoiar a candidatura do governador Renato Casagrande à reeleição. Casagrande andou fazendo críticas duras a Lula e aos petistas, mas a necessidade de construir palanques regionais fortes fala mais alto. Nesse contexto, o senador Fabiano Contarato, que está no meio do mandato, não concorreria ao governo capixaba.

No Rio de Janeiro, há um nó complicado. Alessandro Molon (PSB) está bem nas pesquisas para o Senado e tem apoio da classe artística. Mas o PT fechou o apoio a Marcelo Freixo (PSB) para o governo em troca de ficar com a vaga do Senado para André Ceciliano.

Em São Paulo, Lula mantém a opinião de que seria melhor ter um palanque único e uma frente ampla em torno de Haddad (PT). Para tanto, é necessário convencer Márcio França, ex-governador, a desistir de sua postulação e apoiar o petista.

Ou seja, Lula quer que França tenha em relação a Haddad a atitude que Alckmin teve em relação a ele: adversários que decidem unir forças eleitorais. A ideia é oferecer a vaga ao Senado a França.

Essas articulações foram temas do "Radar das Eleições", videocast do UOL desta terça-feira.