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Kennedy Alencar

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Gilmar tem razão; é preciso uma comissão da verdade sobre a Lava Jato

Colunista do UOL

10/05/2023 20h07

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O ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que procuradores e juízes responsáveis pela Lava Jato em Curitiba praticaram "tortura com o poder do Estado" e, na avaliação do colunista do UOL Kennedy Alencar, o ministro tem razão ao apontar que a operação cometeu crimes com a premissa de combater o crime.

Durante o programa Análise da Notícia, Kennedy relembrou que o ministro do STF já vem fazendo críticas a Lava Jato há algum tempo, e também pontuou que houve tortura psicológica durante a operação. "Isso é sim tortura e Gilmar está certo ao falar. Você não pode obrigar e forçar pessoas a confessarem crimes. Essa prática não existe no Direito, é uma prática medieval", disse.

Gilmar Mendes tem razão e é preciso uma comissão da verdade sobre a Lava Jato. Kennedy Alencar

Moro toma lavada no Congresso. Durante as críticas feitas à Lava Jato, Gilmar Mendes também questionou a formação jurídica de Moro e Dallagnol. Para Kennedy, a crítica é válida e o colunista do UOL justificou seu ponto apontando que Moro "tomou uma lavada e aula de direito de Flávio Dino". "É inacreditável que uma figura tão desqualificada, até do ponto de vista jurídico, tenha tido o protagonismo e o poder que teve no Brasil", disse.

Métodos fascistas. Kennedy ainda afirmou que a operação Lava Jato adotou métodos fascistas ao cometer abusos durante as investigações e o processo. Para ele, quando um magistrado e um procurador cometem um crime é até mesmo pior do que o crime cometido por um suposto bandido, pois eles representam a figura de um defensor da lei. "Havia corrupção e ela precisava ser combatida, mas a forma como isso aconteceu, com o cometimento de crimes, é totalmente ilegal".

Moro e Dallagnol fizeram conluio. Sergio Moro, na figura do juiz, e Deltan Dallagnol, na figura de procurador e acusador, combinaram o "jogo" contra Lula para que o acusado fosse condenado. Kennedy destacou que há vários relatos de que o maior interesse durante os interrogatórios da operação era descobrir algo especificamente contra Lula. "Houve um direcionamento na operação e a demonização da política", afirmou.

Bolsonaro foi fruto da Lava Jato. Ainda durante o programa, o colunista do UOL afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não caiu de paraquedas na presidência. Para ele, o fato de Moro ter divulgado a delação de Palocci entre o 1º e o 2º turno nas eleições de 2018 acabou prejudicando Fernando Haddad, então candidato petista.

A Lava Jato interferiu na história do país. Eles [Moro e Dallagnol] fizeram uma clara intervenção no processo político brasileiro. Kennedy Alencar

O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: