China quer atrair Brasil para Rota da Seda, mas Lula avalia o que ganha
A China quer o Brasil como parceiro em Nova Rota da Seda, e a meta foi anunciada pelo governo chinês em um congresso realizado na semana passada na cidade de Chengdu. Em contrapartida, o presidente Lula avalia o que vai ganhar com o megabloco econômico, afirmou o colunista Kennedy Alencar que esteve presente no congresso.
A Nova Rota da Seda foi lançada em 2013 pelo Xi Jinping e agora está numa fase de atrair países da América Latina, na qual o mais importante é o Brasil. O congresso para 900 jornalistas na semana passada foi mais uma tentativa de softpower para atrair mais países para a iniciativa.
Eu fui a convite do Partido Comunista Chinês com uma delegação de jornalistas. Eles são muito interessados em vender uma coisa que a gente no Brasil chama de "Nova Rota da Seda", mas é uma iniciativa que é um cinturão em uma rota de mega investimentos em infraestrutura e economia, um megabloco econômico influenciado pela China, na Ásia, na África, na Europa e está financiando coisa pra caramba lá na Hungria.
O que eles querem do Brasil? Eles querem que o Brasil entre na Nova Rota da Seda. O Lula fala: 'Olha, eu quero saber o que tem para nós, o que nós vamos ganhar com isso, quero ser titular.'
Kennedy destacou que - em troca - o presidente Lula quer aumentar a exportação de produtos brasileiros para a China.
O Brasil quer melhorar a sua balança de produtos que vende para a China. A gente vende muito minério de ferro, que é importantíssimo. Minério de ferro brasileiro e de altíssima qualidade. Vendemos soja, agora queremos exportar produtos de valor agregado.
O que a China está querendo é exportação de serviço de engenharia. Aquilo que o Odebrecht e a Andrade Gutierrez faziam. Eles querem construir pontes hidrelétricas, trem-bala mundo afora. E a gente quer aumentar não ser só exportador de produtos primários. Então o Lula quer saber, nesse jogo, que abertura de mercado terá para mais produtos brasileiros, para a carne brasileira. E parcerias, por exemplo, a indústria aeroespacial, do jeito que eles estão indo eles vão chegar em Marte antes do Elon Musk, é um negócio impressionante, que é a capacidade de esforço.
Então, assim, a gente tem que ter um olhar crítico, tem que ter desconfiança, mas é onde o futuro do planeta passa por ali, o desenvolvimento global passa por ali.
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