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Kassab muda sucessão de Lira, que engole Motta para perder de pouco

O colunista Kennedy Alencar disse no Análise da Notícia desta quarta (4) que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sacudiu o cenário da eleição ao comando da Câmara dos Deputados e obrigou o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), a abrir mão do nome que queria como sucessor. Lira apostava as fichas no líder do União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (BA), um desafeto do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador petista da Bahia.

A relação do PT da Bahia com o Elmar Nascimento já foi muito mais tensa. Ele apoiou fortemente o Bolsonaro. O Lira foi ungido como presidente da Câmara na última vez em que disputou, há dois anos, quando o Lula, antes de assumir, já apoiou, fez um acordo para que o Lira fosse presidente da Câmara e quase foi por unanimidade ali. O Lira, agora, tinha uma expectativa de repetir, foi o todo-poderoso — em certo sentido mais poderoso do que o Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara, cassado em 2016]. E o estilo do Arthur Lira é mais duro de jogo. Kennedy Alencar, colunista do UOL

Segundo Kennedy, para manter esse poder, Lira optou por um acordo recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele pegou, vendo que o cafezinho dele ia começar a esfriar... 'Se eu esperar essa coisa chegar em fevereiro, com 3, 4, 5 candidatos, vai dar uma confusão aqui, eu não vou organizar nada e vou me enfraquecer mais ainda. Eu vou chegar pro Lula e vou falar: Lula, vamos fazer um acordo?' O Lira, publicamente, assumiu que o Executivo ia interferir na eleição do Congresso. Isso já foi um sinal de fraqueza do Lira pra poder bancar o Elmar Nascimento. O Lula, que tem mais anos de estrada do que o Lira ficou esperando o que ia acontecer e o nome que ele ia trazer. O nome que o Lira sempre quis é o do Elmar Nascimento, é o estilo parecido com o dele. Se o Lira emplaca o Elmar Nascimento, é correia de transmissão ali, é o que ele realmente queria. Kennedy Alencar, colunista do UOL

Mas, havia um nome forte se opondo ao Elmar Nascimento: Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos.

E havia candidatos do MDB, do PSD do Kassab e tal. O Marcos Pereira tomou um tombo do Kassab. O Kassab, que havia prometido eventualmente tirar a candidatura do Antônio Brito do PSD pra apoiar o Marcos Pereira, pra ele ter garrafa pra enfrentar o Elmar Nascimento, falou: 'Olha, não fá pra fazer isso'. Enfraquece o Marcos Pereira. O MDB honra o Marcos Pereira. Mas, o Marcos Pereira fica numa posição sem poder peitar o Lira. E o Marcos Pereira muito esperto também fala: 'Beleza, se eu não consigo, tem alguém aqui que todo mundo está dizendo que consegue, que é o Hugo Motta (Republicanos-PB)'.

O Hugo Motta tem o perfil muito diferente do Artur lira, é jeitoso, é amigo de todo mundo, é uma figura que tem no trato pessoal tem habilidade grande. O Hugo Motta foi levado ao Lula pelo Marcos Pereira. E o Lula falou: 'Se ele tem apoio, se o Lira topa, pra mim, quero conhecer mais (...)'. Deu um tombo no Lira: 'Eu não vou ser, mas o Elmar também não vai ter nenhum cara que entra no jogo e tira nós dois. Então é uma jogada do Marcos Pereira que consegue dar uma alfinetada.

Kennedy Alencar, colunista do UOL

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

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Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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