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Leonardo Sakamoto

Em 3º no Ibope, Boulos diz que só ele impede um 2º turno "Bolsodoria" em SP

Guilherme Boulos - Lucas Lima/UOL
Guilherme Boulos Imagem: Lucas Lima/UOL

Colunista do UOL

20/09/2020 10h35Atualizada em 20/09/2020 16h19

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Guilherme Boulos (PSOL) aparece na pesquisa Ibope, divulgada neste domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo, com 8% das intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, atrás do deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), com 24%, e do prefeito Bruno Covas (PSDB), com 18%. Como a margem de erro é de três pontos, Russomanno e Covas estão empatados no limite da margem de erro.

O coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), apesar de aparecer numericamente à frente, está tecnicamente empatado com o ex-governador Márcio França (PSB), que ostenta 6%. De acordo com a margem de erro, Boulos pode ter de 11% a 5% e França, de 9% a 3%. A mesma margem de também coloca ambos tecnicamente empatados com Arthur do Val (Patriota) e Joice Hasselman (PSL) que, com 2% de intenções de voto cada, podem, em tese, atingir os 5% no limite da margem.

"Isso indica que nossa candidatura é a única que pode impedir um segundo turno "Bolsodoria", impedir que um candidato apoiado por João Doria e outro por Jair Bolsonaro disputem um segundo turno", afirmou Boulos à coluna. "Estamos melhor posicionados à esquerda."

A pesquisa Ibope aponta que Jilmar Tatto (PT), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PC do B) e Vera Lúcia (PSTU) aparecem com 1%. Antonio Carlos Silva (PCO) teve menos de 1%.

O amplo arco de aliança partidária formado em torno da candidatura de Covas, o que lhe deu um vice do MDB, é visto como ensaio para a eleição presidencial de 2022, movimento que vem sendo influenciado pelo governador paulista.

A expectativa é saber se Bolsonaro, inimigo de Doria, que indicou que não faria campanha no primeiro turno por ninguém, recomendará explicitamente voto em Russomanno. Dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, estão no Republicanos - ligado à igreja Universal, aliada do governo.

Rejeição menor que Covas, Russomanno, Fidelix e Hasselman

Boulos celebrou a rejeição menor que a de outros candidatos mais bem colocados na pesquisa. Questionados pelo Ibope "em quem não votaria de jeito nenhum", 13% dos entrevistados citaram o nome do coordenador do MTST.

Com rejeição maior, aparecem Bruno Covas (30%), Celso Russomanno (24%), Levy Fidelix, do PRTB (21%) e Joice Hasselman, do PSL (17%).

"Apesar de todo preconceito que tentaram gerar contra nós, de toda fake news contra os movimentos sociais, a população sabe que não estamos envolvidos nos escândalos que o PSDB e o bolsonarismo representam", cutuca Guilherme Boulos.

"Por essa razão, as pessoas podem ter divergências com o que eu, a Luiza Erundina [candidata à vice em sua chapa] e PSOL defendem, mas não é rejeição. O povo sabe que temos uma trajetória de luta, de coerência e honestidade."

Boulos destaca que aparece em segundo lugar na pesquisa espontânea de intenção de voto, com 5%, logo atrás de Bruno Covas, que teria 7%. O número não foi oficialmente divulgado.

"Isso mostra voto consolidado. É a pessoa que está segura que vai votar em você. Não é o voto Pepsi, o voto do 'ah, pode ser esse então'. Isso ajuda a mostrar o perfil que terá essa eleição", diz o pré-candidato do PSOL.

A pesquisa também mostra Boulos com 15% de preferência entre quem tem curso superior, mas apenas 1% para quem cursou o ensino fundamental. Ao mesmo tempo, conta com 17% de apoio entre quem ganha mais de cinco salários mínimos e 2% entre quem ganha até um SM.

De acordo com ele, isso mostra uma taxa de desconhecimento que sua candidatura ainda tem entre os mais pobres. "Indica que a gente pode crescer junto ao povo", diz.