Letícia Casado

Letícia Casado

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

PT muda tática para reconquistar prefeituras após derrocada sob Lava Jato

A estratégia do PT para a eleição municipal neste ano vai ser focar, a priori, em ter candidatos em cidades com mais de 100 mil eleitores. São 215 municípios que concentram 48% do eleitorado. Destes, a legenda vai lançar nomes em até 134 cidades, incluindo 14 ou 15 capitais.

O mapeamento define como as campanhas e as verbas do partido serão direcionadas. O diretório nacional do partido dará a última palavra sobre elas. O Brasil tem 5.570 municípios. Nas contas do PT, são 158 milhões de eleitores.

A tática se contrapõe à adotada em 2020, no último pleito municipal, quando a legenda decidiu lançar o maior número de candidaturas possível.

Naquela época, não fazia nem um ano que Lula tinha saído da prisão — ele foi liberado em 8 de novembro de 2019.

O PT ainda estava "em baixa" depois de ser atingido na Operação Lava Jato e se preparava para ter o pior resultado em uma eleição municipal. O partido elegeu 179 prefeitos — pela primeira vez, nenhum em capitais.

A derrocada do partido seguia na esteira do impeachment de Dilma Rousseff: na eleição de 2016, foram 256 prefeituras, menos da metade das 644 conquistadas em 2012, ápice da popularidade de Dilma e Lula.

Menos é mais

Coordenador nacional para eleições municipais do PT, o senador Humberto Costa diz que a legenda terá menos candidatos em cidades estratégicas do que na eleição passada, mas com uma nova estratégia eleitoral, que "mudou completamente".

"Em 2020 [a meta] era lançar o maior número de candidatos para defender o partido, a liberdade de Lula e reafirmar teses [de perseguição do Judiciário]. Agora, o objetivo é lançar candidatura onde a gente possa ter viabilidade, chance de ganhar, de ter bom desempenho", diz Costa.

Continua após a publicidade

A cidade de São Paulo é o principal símbolo dessa mudança. Pela primeira vez, o partido não terá candidato próprio à prefeitura, apesar de compor a chapa de Guilherme Boulos (PSOL) com Marta Suplicy (PT).

Pequenos com rádio e TV

Cidades com menos de 100 mil habitantes também estão no escopo. Ao todo, o PT deve somar mais de 1.100 candidatos a prefeito —ou seja, em mais de 20% das cidades do país.

As cidades menores terão as campanhas e os recursos definidos pelos diretórios estaduais do partido e o foco vai estar nos lugares com capilaridade de TV e rádio, além dos prefeitos com condições de disputar a reeleição.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes