PT muda tática para reconquistar prefeituras após derrocada sob Lava Jato
![O senador Humberto Costa (PT-PE) durante o UOL Entrevista O senador Humberto Costa (PT-PE) durante o UOL Entrevista](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/46/2023/08/16/o-senador-humberto-costa-pt-pe-durante-o-uol-entrevista-1692209576942_v2_450x600.png)
A estratégia do PT para a eleição municipal neste ano vai ser focar, a priori, em ter candidatos em cidades com mais de 100 mil eleitores. São 215 municípios que concentram 48% do eleitorado. Destes, a legenda vai lançar nomes em até 134 cidades, incluindo 14 ou 15 capitais.
O mapeamento define como as campanhas e as verbas do partido serão direcionadas. O diretório nacional do partido dará a última palavra sobre elas. O Brasil tem 5.570 municípios. Nas contas do PT, são 158 milhões de eleitores.
A tática se contrapõe à adotada em 2020, no último pleito municipal, quando a legenda decidiu lançar o maior número de candidaturas possível.
Naquela época, não fazia nem um ano que Lula tinha saído da prisão — ele foi liberado em 8 de novembro de 2019.
O PT ainda estava "em baixa" depois de ser atingido na Operação Lava Jato e se preparava para ter o pior resultado em uma eleição municipal. O partido elegeu 179 prefeitos — pela primeira vez, nenhum em capitais.
A derrocada do partido seguia na esteira do impeachment de Dilma Rousseff: na eleição de 2016, foram 256 prefeituras, menos da metade das 644 conquistadas em 2012, ápice da popularidade de Dilma e Lula.
Menos é mais
Coordenador nacional para eleições municipais do PT, o senador Humberto Costa diz que a legenda terá menos candidatos em cidades estratégicas do que na eleição passada, mas com uma nova estratégia eleitoral, que "mudou completamente".
"Em 2020 [a meta] era lançar o maior número de candidatos para defender o partido, a liberdade de Lula e reafirmar teses [de perseguição do Judiciário]. Agora, o objetivo é lançar candidatura onde a gente possa ter viabilidade, chance de ganhar, de ter bom desempenho", diz Costa.
A cidade de São Paulo é o principal símbolo dessa mudança. Pela primeira vez, o partido não terá candidato próprio à prefeitura, apesar de compor a chapa de Guilherme Boulos (PSOL) com Marta Suplicy (PT).
Pequenos com rádio e TV
Cidades com menos de 100 mil habitantes também estão no escopo. Ao todo, o PT deve somar mais de 1.100 candidatos a prefeito —ou seja, em mais de 20% das cidades do país.
As cidades menores terão as campanhas e os recursos definidos pelos diretórios estaduais do partido e o foco vai estar nos lugares com capilaridade de TV e rádio, além dos prefeitos com condições de disputar a reeleição.
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