Letícia Casado

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Bolsonaro espera indiciamento em todos os inquéritos, dizem aliados

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já conta com o indiciamento em todas as investigações em curso contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal), dizem aliados.

Bolsonaro é alvo de ao menos oito investigações que tramitam na corte sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Ele já foi indiciado (quando há indícios de prova) pela Polícia Federal em dois inquéritos: um que investiga suposta falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 e em outro que apura a venda de joias recebidas de presente pelo governo brasileiro.

"Preocupa mais a exposição com alguns conteúdos do que o indiciamento em si", diz um aliado. O risco, afirma, é que apareçam informações constrangedoras, como quando Bolsonaro responde "selva" ao aviso do leilão de joias feito pelo seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Narrativa de perseguição e impacto em eleição

A narrativa adotada pela família Bolsonaro e por seus aliados é e continuará sendo a de que o ex-presidente é vítima de perseguição política, manejada pela PF e pelo ministro Moraes.

Por isso, dizem aliados, o indiciamento já está dado.

A avaliação nos bastidores é que há três grupos de eleitores, sendo que dois deles já têm posições firmadas e não mudarão de opinião: os bolsonaristas, que apoiam o ex-presidente em qualquer circunstância; e os petistas e anti-Bolsonaro, que o criticarão em qualquer cenário.

O terceiro grupo seria o de eleitores de "centro", que não amam nem odeiam Bolsonaro. Dentre esses, alguns veem as suspeitas como fatos graves, enquanto outros acreditam que o ex-presidente é alvo de perseguição.

Mas isso só vai fazer diferença na eleição, em especial se por algum motivo Bolsonaro conseguir reverter a inelegibilidade e concorrer em 2026, segundo seus aliados. Ministros do TSE consideram a reversão improvável.

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O filho 03, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), endossa a tese de perseguição.

"Não confio na Polícia Federal, a Polícia Federal que está debaixo do manto de Alexandre de Moraes. Para mim, são cachorrinhos do Alexandre de Moraes e vão fazer o que esse sistema espúrio quer que eles façam. Não estou me importando com associação de delegado mover processo contra mim por eu falar isso, sou deputado federal e acredito em imunidade parlamentar. Estou cagando para os delegados federais que querem me processar", disse Eduardo à coluna.

Ele cita o relógio de pulso da marca Piaget avaliado em R$ 80 mil que o presidente Lula (PT) usa e que, segundo a Folha, não consta na lista de presentes oficiais informados ao TCU (Tribunal de Contas da União).

"Fica notória a perseguição. No final do dia aumenta, dá energia para as pessoas ficarem mais revoltadas e apoiarem mais Bolsonaro", diz Eduardo, acrescentando que as ações da PF podem transformar seu pai "em mártir". "É um absurdo o que estão fazendo com meu pai. Transformar um presente em caso de corrupção."

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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