Eduardo Bolsonaro atua para congelar supostas contas de Moraes nos EUA
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trabalha junto a congressistas da base de Donald Trump e com integrantes do governo norte-americano para aplicar um tipo de sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que poderia levar ao congelamento de contas bancárias do magistrado em instituições financeiras que atuam em solo americano.
A assessoria do STF já negou que Moraes tenha conta no país. A medida, no entanto, poderia atingir as contas dele em bancos brasileiros que operam nos EUA, além de bandeiras de cartão de crédito.
A medida foi mencionada por Eduardo na terça-feira em entrevista para o programa "Oeste sem Filtro", no YouTube, horas depois de ele anunciar que se licenciaria do mandato para passar uma temporada nos Estados Unidos. Seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também participou da entrevista. Aliados da família confirmaram à coluna que a iniciativa é uma das principais razões pelas quais Eduardo decidiu ficar no país.
"Cada vez mais o Alexandre de Moraes vai ficar famoso aqui nos Estados Unidos. Acho que dificilmente ele vai conseguir escapar dessas sanções, seja do visto, seja de uma que venha pela lei Magnitsky, que pune supostos abusadores e violadores de direitos humanos. Isso, para que as pessoas entendam, é a chamada morte financeira, é a pena de morte financeira. Ou seja, Alexandre de Moraes não vai conseguir sequer ter um cartão Visa ou Mastercard para comprar uma blusinha da Shein, que venha da China. Esse vai ser provavelmente o futuro do Alexandre de Moraes", disse Eduardo.
A lei Magnitsky permite que o governo americano adote sanções migratórias, financeiras e comerciais contra autoridades que cometam violações de direitos humanos ou envolvidas em casos graves de corrupção. As punições podem incluir bloqueio de bens e de contas bancárias, e a pessoa fica proibida de manter aplicações financeiras naquele país.
Para isso, a autoridade precisa ser incluída pelo governo dos Estados Unidos em uma lista específica — e a pessoa pode recorrer à Justiça americana contestando a decisão. Enquanto a autoridade estiver na lista, as empresas que atuam nos EUA ficam proibidas de manter negócios com ela —seja um banco que tem sede ou filial no país ou uma bandeira de cartão de crédito que opera nos Estados Unidos. É sobre isso que se trata a declaração de Eduardo na entrevista.
A iniciativa está no escopo do mapeamento de bens dos ministros do STF que está sendo feito por aliados da família Bolsonaro.
O procedimento não é simples. Essa lei é usada, por exemplo, contra ditadores que praticam crimes humanitários. Bolsonaristas e trumpistas insistem no discurso de que a atuação de Moraes estaria no mesmo nível.
Tema ganhou projeção após denúncia contra Bolsonaro
Dias após a denúncia contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, o deputado republicano Rich McCormick fez uma publicação no X criticando o ministro do STF e defendendo a aplicação da lei contra Moraes: "Peço ao governo Trump e ao Congresso que imponham sanções Magnitsky, proibições de visto e penalidades econômicas. Os EUA devem defender a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito — antes que seja tarde demais @realDonaldTrump".
O tema também foi mencionado no fim de fevereiro entre o blogueiro Paulo Figueiredo —radicado nos EUA e também alvo de Moraes— e o empresário Elon Musk, agora assessor de Trump.
Musk especulou em uma postagem sobre possíveis sanções ao ministro. "Moraes não tem bens nos Estados Unidos?", perguntou o empresário. Figueiredo respondeu que sanções poderiam ser aplicadas mesmo que ele não tenha propriedades em território americano e citou a lei Magnitsky.
No dia seguinte, a Folha de S.Paulo revelou que escritórios de advocacia dos EUA entraram em contato com bolsonaristas para propor que apresentem testemunhos contra o ministro com base nessa lei.
Em seguida, foi a vez do senador Mike Lee, também no X: "Eu indico o Voldemort brasileiro para a lista da lei Magnitsky".
Delegado da PF no alvo
Na mesma entrevista, Eduardo Bolsonaro disse que o delegado Fábio Shor, da Polícia Federal, também está no alvo de sanções. Shor atua nos inquéritos que estão sob o comando de Moraes e é criticado por bolsonaristas. Ele recebeu ameaças virtuais e foi alvo de intimidação na porta de casa.
"Estou vendo o futuro muito negativo, não só para Alexandre de Moraes, mas também para o Fábio Shor", disse Eduardo.
O filho do ex-presidente disse que o fato de estar se fixando nos Estados Unidos facilita o diálogo com congressistas e integrantes do governo americano.
"Na semana passada, eu estava dentro da Casa Branca, em uma reunião, obviamente não vou falar o teor dela ou com qual autoridade a gente se reuniu, mas existem desdobramentos, os próximos passos disso tudo. E, paralelamente, está indo adiante o projeto do No Censors on Our Shores Act, que vai culminar pegando o visto do Alexandre de Moraes. Acho que o visto é muito pouco perto do que a gente tem sobre a mesa", afirmou.
"Se antes eu necessitava de uma autorização especial, do presidente da Casa, para poder me ausentar do Congresso Nacional e vir aos Estados Unidos, hoje em dia não preciso mais disso. Estou hoje mesmo trabalhando, na semana que vem já saem outras reuniões para a gente levar adiante mais ainda tudo isso."
64 comentários
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Ignez Concei o Ninni Ramos
O ministro ALEXANDRE DE MORAIS não praticou crime algum, apenas cumpre com as suas obrigações como juiz. Por falar em punições, logo mais o bolsonaro será alvo de uma investigação nos USA pelo crime de lavagem de dinheiro resultado de atos de corrupção contra o patrimônio publico. O CASO DAS JOIAS ROUBADAS E VENDIDAS NOS USA VAi RENDER POR LÁ . O BOLSONARO CORRE RISCO DE PUXAR UMA CANA NA AMÉRICA. O DUDU BANANINHA vai cair do galho.
Marcos Antônio da Costa
O bananinha quer intimidar o Ministro do STF, acha que com isso vai livrar o golpista. Ele e muitos outros "patriotas" vivem na BolsoLand, mundo paralelo dos bolsominions.
Cesar Alexandre Sobral
Que o Xandão não se intimide! Força Xandão estamos com você