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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Nem Odorico Paraguaçu faria discurso como o de Bolsonaro no 7 de setembro

Colunista do UOL

08/09/2022 07h36

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Na cobertura especial do 7 de setembro, no UOL ao vivo, falei sobre o Bolsonaro Day, na data que deveria comemorar o Bicentenário da Independência do Brasil, mas foi sequestrada pelo presidente para usos pessoal e eleitoral.

Em um discurso desrespeitoso e agressivo, em Brasília, o candidato do PL à reeleição, mentiu, pediu votos e puxou um coro de "imbrochável" após citar a esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas.

"Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas", disse o presidente, que voltou a afirmar que as eleições são uma "luta do bem contra o mal".

Seguindo a tática olavista de descer cada vez mais a ladeira, Bolsonaro fez um discurso que nem Odorico Paraguaçu, personagem cômico de Dias Gomes, faria. Uma fala que, ao ser aplaudida por seus apoiadores, retrata os anos de tabu sobre o ensino de civismo e patriotismo, deixados de lado por causa do ranço da ligação que os temas poderiam ter com a ditadura militar.

Quem aplaude um discurso como o de hoje faz parte de uma geração que não aprendeu a amar o país ou os símbolos pátrios. Acha que o que faz é em defesa da Pátria, sem se dar conta de que, na realidade, está sendo usado por um aventureiro populista que conseguiu chegar ao poder.

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