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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pacificação à moda Gleisi Hoffmann mostra desejo do PT por 'cura crente'

Colunista do UOL

04/11/2022 19h48

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Na Live UOL desta sexta (4), comentei a resposta da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao "perdão" do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo.

"Dispensamos o perdão de Edir Macedo. Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras que propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila", escreveu Gleisi Hoffmann, no Twitter.

Macedo foi opositor do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante toda a campanha eleitoral e usou a força da igreja para pedir votos para Jair Bolsonaro (PL). Após a vitória de Lula, ele defendeu que os cristãos devem perdoar o petista.

"Durante nossa reunião, uma fiel gritou e disse que perdoa Lula, que fez tanto mal ao Brasil. E, sim, quantas pessoas devem estar magoadas com Lula, porque ele fez mal ao Brasil. Eu também votei contra Lula. Mas vamos colocar a cabeça no lugar. A escolha da maioria, que votou em Lula. Então, não podemos ficar com mágoa. Temos de ter o perdão a Lula", disse o bispo em live transmitida por suas redes sociais.

"O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa de Lula ou dos políticos. Não dá. Bola para frente, vamos olhar pra frente", completou o bispo.

Sem avaliações morais, Edir Macedo é um líder respeitado por muitos no Brasil. Com a declaração, não fala para o PT, mas para os seus. Para os membros da Igreja Universal do Reino de Deus —grupo formado majoritariamente pelas classes C,D e E— que dialogam com a moralidade e também com as periferias nas quais a igreja se instalou nas últimas décadas. Líderes religiosos também são respeitados por quem não frequenta igrejas, principalmente onde elas assumiram parte do papel social que deveria ser do Estado.

Com a dura —e desnecessária— resposta ao bispo, Gleisi Hoffmann, conseguiu confirmar logo na primeira oportunidade, que seu partido não pretende abandonar a superioridade moral. E que na pacificação à moda do PT, "amor" e "respeito a todas as religiões" valem para todos... menos para os crentes.

Na Live UOL, falamos também sobre o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que disse que o presidente Lula pode acabar com o orçamento secreto, mas ressaltou que a mudança deve acontecer aos poucos.

Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.