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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Em 5 meses, nova CEO da CNN demitiu três estrelas e lançou novos programas

Renata Afonso, CEO da CNN Brasil - Kelly Queiroz/Divulgação
Renata Afonso, CEO da CNN Brasil Imagem: Kelly Queiroz/Divulgação

Colunista do UOL

30/10/2021 04h01

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A surpreendente saída de Douglas Tavolaro, criador e primeiro CEO da CNN Brasil, em 25 de março provocou um clima de incertezas no canal. O anúncio de Renata Afonso para substituí-lo, em 13 de abril, não diminuiu as dúvidas. A nova executiva era um nome pouco conhecido no mercado nacional - comandou por 14 anos a TV TEM, afiliada da Globo em Sorocaba, em São Paulo.

Oficialmente na função desde o final de maio, Renata Afonso mostrou nestes cinco meses que tinha algumas missões a cumprir e um projeto a implantar. Ela manteve os principais executivos contratados por Tavolaro, mas afastou alguns profissionais escolhidos a dedo pelo criador do canal.

Evaristo Costa - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Evaristo Costa soube de demissão na CNN enquanto estava de férais
Imagem: Reprodução/Instagram

O nome mais reluzente foi o de Evaristo Costa. O ex-apresentador da Globo não deu o retorno esperado pela CNN. Gravando em Londres as "cabeças" do "Séries Originais", Evaristo não ajudou a atrair anunciantes nem levantou a audiência da atração. Tinha um contrato ótimo, que o desobrigava de atuar como âncora ou repórter do canal na Inglaterra.

Apesar de ter sido acolhido pelos fãs, ao dizer que soube de sua demissão ao ver uma chamada na televisão, Evaristo não era uma unanimidade internamente e a sua saída não provocou maior surpresa entre muitos funcionários.

Duas semanas depois de rescindir o contrato de Evaristo, Renata Afonso determinou o fim do contrato com Alexandre Garcia, outra escolha de Tavolaro. O comentarista deixou o canal após várias reclamações, internas e externas, por difundir fake news sobre a covid-19, apoiar o ineficaz tratamento precoce contra a doença e defender que a cloroquina curou o presidente Bolsonaro.

Alexandre Garcia - Reprodução / Internet - Reprodução / Internet
Alexandre Garcia e Caio Coppolla tiveram seus contratos com a CNN rescindidos
Imagem: Reprodução / Internet

Houve quem lembrasse, no momento da demissão de Garcia, que o dono da CNN, Rubens Menin, também havia defendido publicamente, em junho, o tal "tratamento precoce" contra a doença. A mensagem que ficou foi que a CEO tinha, de fato, autonomia para tomar decisões editoriais.

No início de outubro, finalmente, a nova administração do canal entrou em acordo com o comentarista bolsonarista Caio Coppolla a respeito da rescisão do seu contrato. Ele estava afastado havia já cinco meses, sem que a CNN tivesse qualquer interesse em recolocá-lo no vídeo.

Em paralelo a estas três demissões, a nova CEO levou adiante o projeto de investir numa linha de programação chamada CNN Soft, mais leve, com a intenção de atrair anunciantes, para os finais de semana. Vários novos programas foram lançados: "Viagem e Gastronomia", "Sinais Vitais", "Entre Mundos", "CNN Soft Business", "Morning Call".

Neste sábado (30), Gabriela Prioli estreia o talk show "A Prioli" tendo como convidada a cantora Anitta. Há uma semana, Phelipe Siani e Mari Palma estrearam o "Em Alta", outro programa sob a mesma marca.

Nesta conta não entra uma outra estreia, o programa "WW", apresentado por William Waack, que estava previsto desde a inauguração do canal, em março de 2020, mas foi adiado por causa da pandemia. A atração foi ao ar, finalmente, no mês passado.

Na rádio, o canal lançou o quadro "CNN no Plural", dedicado a abordar temas relacionados à diversidade e inclusão.