Lula telefona para Lira sobre brigas na Câmara, mas não discutem pauta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou na sexta-feira para o presidente da Câmara, Arthur Lira, para falar sobre as brigas na Câmara dos Deputados.
O motivo da conversa foi o mal-estar da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que chegou a ser internada após uma discussão numa comissão do Congresso. Também na semana passada, os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PT-SP) chegaram às vias de fato.
Segundo apurou a coluna, a conversa entre Lula e Lira foi amistosa e não se tratou de projetos em tramitação na Câmara. Lira pretende pautar nesta terça-feira o projeto que proíbe a delação de réu preso. Outro tema polêmico que pode atiçar os ânimos na casa é o projeto que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação a um homicídio.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores, Alexandre Padilha, disse que Lula já manifestou a Lira e aos líderes a necessidade de não provocar a beligerância na Câmara. A restrição a votações, no entanto, não foi tema da conversa telefônica entre Lula e Lira, confirmou a coluna com pessoas próximas aos dois.
O governo vem enfrentando muitas dificuldades para evitar que pautas ideológicas da direita sejam aprovadas na Câmara. Recentemente sofreu derrotas importantes ao ver derrubado o veto do presidente às "saidinhas" dos presos. A proibição de delação de réu preso é ainda mais delicada, porque foi proposta e defendida pelo próprio PT e agora é uma pauta do PL, de Jair Bolsonaro.
Ainda na conversa com a imprensa, Padilha disse que o governo vai trabalhar para que o projeto que proíbe delações de presos não se torne um tema central na Câmara. Lira já disse ao UOL que não vai permitir que a polarização evite a discussão do assunto.
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