Amorim lamenta ausência de observadores europeus na eleição na Venezuela
O assessor especial de relações internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse à coluna que lamenta a ausência dos observadores da União Europeia nas eleição presidencial da Venezuela, marcada paras 28 de julho.
No final de maio, a ditadura de Nicolás Maduro cancelou o convite para que os europeus monitorem o pleito, alegando que a UE não é bem-vinda enquanto mantém sanções econômicas contra a Venezuela.
Amorim tentou convencer os europeus a levantarem as sanções e enviarem representantes, mas não obteve sucesso. "Não sei se é motivo ou pretexto, mas lamento essa ausência", disse.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro vem conversando com representantes do governo e da oposição e diz ter confiança de que a Venezuela vai realizar "eleições livres".
Maduro é criticado por observadores internacionais e órgãos de defesa dos direitos humanos por perseguição a candidatos da oposição e adversários políticos.
Amorim também acredita que, vencida essa etapa das eleições, a Venezuela voltaria a atender os requisitos para fazer parte do Mercosul. O bloco possui uma cláusula democrática — ou seja, é preciso ser uma democracia para ser membro.
Em dezembro de 2016, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai suspenderam a Venezuela do Mercosul por tempo indeterminado. O país ingressou em 2012.
Naquela época, Michel Temer havia assumido o governo brasileiro após o impeachment de Dilma Rousseff e, na Argentina, o comando estava com Maurício Macri.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou confiar em "eleições tranquilas" na Venezuela e na volta do país ao Mercosul.
Para isso, contudo, é preciso convencer os demais países-membros. O presidente da Argentina, Javier Milei, deve apresentar resistências.
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