Campanha de Boulos vê chance de enfrentar Datena ou Marçal no segundo turno
A campanha do deputado Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo vê chances de José Luiz Datena (PSDB) ou de Pablo Marçal (PRTB) chegarem ao segundo turno e começou a se organizar para eventualmente enfrentá-los.
Está prevista a contratação em breve de pesquisas qualitativas com os pontos fortes e fracos do apresentador de TV e do influencer. Também começou uma discussão interna sobre a fatia de recursos que precisa ser guardada para o segundo turno.
PSOL e PT realizam neste sábado (20) a convenção para lançar Boulos oficialmente como candidato à Prefeitura de São Paulo. A vice será a ex-prefeita Marta Suplicy, que retornou ao PT para a campanha.
O cenário mais provável traçado pelos assessores do deputado ainda é um confronto com Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito e candidato à reeleição. Na última pesquisa Datafolha, Nunes e Boulos estavam tecnicamente empatados com, respectivamente, 24% e 23%.
O surgimento das candidaturas de Marçal e Datena, no entanto, embaralhou a disputa. Ambos já rondam os dois dígitos: Datena com 11% e Marçal com 10%. E a aposta é que eles tiram mais votos de Nunes do que de Boulos.
Uma avaliação preliminar é que Datena seria um opositor mais difícil, já que é muito conhecido do público, enquanto Marçal é visto como mais polêmico. A pesquisa, no entanto, vai ser encomendada exatamente para ter uma avaliação mais precisa sobre a percepção da população.
A entrada de tantos candidatos na disputa, que também conta com Tabata Amaral (PSB), aumentou as possibilidades de segundo turno na eleição paulistana. Na campanha de Nunes, por exemplo, era forte a aposta de que a candidatura de Tabata poderia desidratar e a disputa ser resolvida em primeiro turno.
Por conta disso, começou uma discussão interna na campanha de Boulos sobre quanto dinheiro reservar para o segundo turno. Esse é um dos fatores que dificulta o entendimento com o PT, que reluta em repassar os R$ 30 milhões solicitados pelo PSOL ao parceiro de chapa para a campanha na capital paulista.
Também estão sendo feitos cálculos sobre a fatia de recursos dos partidos que irá para candidatura de mulheres. O PT não quer repassar dinheiro para outros partidos nas alianças ao redor do país. Os recursos, portanto, iriam para a campanha de Marta a vice-prefeita.
Boulos paz e amor
Durante a campanha, Boulos não pretende partir para o embate direto com os adversários, principalmente Nunes e Marçal. A ideia é deixar as críticas para pessoas próximas. Trata-se de uma estratégia para reduzir sua rejeição, que hoje chega a 33% e é a maior entre os possíveis candidatos.
Outra estratégia é não depender só do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora seja fundamental fazer o embate com a direita e apresentar Nunes como candidato de Bolsonaro.
O deputado quer apresentar propostas concretas para a cidade, que caibam no orçamento da prefeitura. As pesquisas identificaram que a população de São Paulo tende a penalizar candidatos que fazem promessas impossíveis de serem cumpridas.
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