Raquel Landim

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Opinião

TSE afasta risco de imagem e Maduro lucra com ausência de observadores

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afastou um risco de imagem importante ao voltar atrás e desistir de enviar observadores para as eleições na Venezuela neste domingo.

Não é à toa que os europeus já haviam se afastado do pleito venezuelano, apesar da insistência do Brasil por meio do assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim.

A fraude eleitoral não se consuma apenas no dia do pleito e os métodos do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, são conhecidos. Desde a impugnação da candidatura de María Corina Machado e de sua homônima, já estava claro que não se trata de um jogo justo.

Para atender o pedido da Justiça eleitoral venezuelana, a ministra Carmen Lúcia, que preside o TSE, havia decidido enviar os representantes brasileiros.

Maduro, no entanto, começou a perceber que pode perder as eleições. Primeiro, recorreu à campanha do medo, fazendo alusão ao "banho de sangue".

Depois adotou o discurso bolsonarista de que as urnas brasileiras não são auditáveis. O ditador sabia o tamanho da ferida que estava remexendo, especialmente para o Judiciário brasileiro, que foi muito atacado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro foi tornado inelegível por utilizar ao estrutura do Palácio do Planalto e receber embaixadores numa reunião em que caluniou o sistema eleitoral brasileiro. Como tolerar esse tipo de mentira vinda de Maduro?

O ditador também incluiu outros países nas críticas, mas fazia claramente um cálculo político. Se planeja fraudar as eleições, não quer a justiça eleitoral brasileira por perto para denunciá-lo. Do ponto de vista de Maduro, melhor mesmo criar uma saia justa e praticamente "desconvidar" o TSE de fiscalizar.

O governo Lula, no entanto, segue tolerando todas as afrontas e dobrando a aposta.

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Amorim continua de viagem marcada para Caracas. Se Maduro decidir ganhar no tapetão, vai ser testemunha. Dificilmente países como Chile ou Colômbia vão reconhecer uma eleição claramente roubada. Se isso ocorrer, o Brasil vai avalizar a fraude e ficar isolado na região?

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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