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Raquel Landim

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Reportagem

Apoio de Nikolas e efeito do soco favorecem Marçal e embolam disputa em SP

Dois fatores foram fundamentais para reverter a trajetória de queda de Pablo Marçal (PRTB) e embolar de vez a disputa para a Prefeitura de São Paulo: o apoio do deputado Nikolas Ferreira (PL) e o efeito do soco de um assessor de Marçal no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), no debate do Flow.

Essa é a avaliação de assessores de diferentes campanhas ouvidos pela equipe do Radar das Eleições.

Com 11,7 milhões de seguidores apenas no Instagram, Nikolas fez um vídeo de apoio a Marçal que viralizou. Ele é mineiro, mas tem muita entrada no público mais bolsonarista da capital.

O apoio de Nikolas contrabalançou os esforços que vinham sendo feitos pela equipe de Nunes para convencer os eleitores evangélicos. Também pesa o fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não embarcou na campanha do prefeito, apesar de ter indicado o vice, o coronel Mello Araújo.

Como a campanha está apertada, a ação não só de Nikolas, mas dos deputados Gustavo Gayer e Carla Zambelli fez a diferença.

Outro fator foi o soco que o marqueteiro de Nunes, Duda Lima levou de Nahuel Medina, que faz vídeos para Marçal, após o debate de Flow.

A equipe jurídica da campanha do prefeito entrou com uma medida protetiva para que Medina não ficasse no mesmo ambiente que Lima, já que o soco resultou num descolamento do vítreo, substância gelatinosa dentro do olho.

A avaliação de assessores do próprio Nunes é que a medida "pegou mal", dado o machismo de parte da sociedade, principalmente no eleitorado de direita. "Não se pede medida protetiva entre homens", disse uma fonte.

E se a "cadeirada" havia prejudicado Marçal, que deixou o debate da TV Cultura, e favorecido José Luiz Datena (PSDB), pelo menos motivo —machismo—, agora atrapalhou Nunes e ajudou Marçal.

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A disputa mais apertada já vinha sendo capturada pelos trackings das campanhas e agora está confirmada pelas últimas pesquisas Quaest e Paraná Pesquisas.

Na Paraná Pesquisas divulgada nesta terça-feira (1º), Marçal foi de 20,5% para 22,5%. Nunes oscilou um ponto para baixo, de 28% para 27%, e Guilherme Boulos (25) ficou estável, com 25%. Os três estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.

De acordo com os analistas ouvidos pela reportagem, ninguém consegue cravar qual dos três vai ficar para trás: Nunes, Boulos ou Marçal.

Nunes tem o eleitor menos convicto. Conforme o Datafolha, o prefeito tem 27% das intenções de voto, mas, dentro desse montante, só 16% estão convictos. O percentual é significativamente menor que Boulos e Marçal.

Uma avaliação comum entre as campanhas é que a decisão se dará na última hora.

O fato novo foi um leve crescimento de Tabata Amaral, o que causa pânico nas campanhas de Boulos e Nunes. A candidata do PSB tira votos dos dois e acaba, ironicamente, ajudando Pablo Marçal, seu maior inimigo. Quando os dois perdem votos, a chance de Marçal conseguir ir para o segundo turno aumenta.

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A Quaest mostrou que 33% dos eleitores paulistanos vão decidir o voto no final de semana da eleição. Parte desse eleitor pode escolher Marçal como um "voto de protesto" contra "tudo que está aí". Por outro lado, a rejeição muito alta a ele acaba o atrapalhando.

Esta reportagem é parte do conteúdo do Radar das Eleições. O programa faz parte do conteúdo especial do UOL para as Eleições 2024 e, além de bastidores e informações exclusivas, também traz análises, pesquisas de intenções de voto e as estratégias das principais campanhas do pleito municipal de 6 de outubro, quando eleitores das mais de 5.000 cidades do Brasil escolherão seus prefeitos e vereadores.

Com apresentação de Raquel Landim e comentários das colunistas Andreza Matais e Carla Araújo, o Radar das Eleições vai ao ar pelo Canal UOL sempre às terças, às 14h.

O programa tem transmissão ao vivo pelo Canal UOL e no Youtube, e também estará nas principais plataformas de podcast.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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